quinta-feira, outubro 31, 2002

Hoje parei, no meio da rua, pra repousar meu olhar sobre uma das coisas mais "graciosas", interessantes e agradáveis que meus olhos conhecem: ele. Eleminúsculo.

E agora tô fazendo uma lista prum CD. Muito boa. Não quero que isso passe.
Porque eu vou ser tia. Ah, vai ser tão legal.

"- Tia, como que é...?
- O quê?
- Ahm... amar.
- Ah, é uma merda.
- Por que as pessoas amam então?
- Porque são burras, não sei...
- Mas você não é burra.
- Eu sei. Mas bom, digamos que amar seja querer que todo mundo de cuecas se pareça com ele de cuecas.
- Ui, por que alguém iria querer isso?
- Porque o mundo não é legal.
- Hm. Não sei se entendi. Amar não parece isso.
- Posso soar complicada?
- Aham.
- Então... Amar alguém é ruim porque a gente idealiza. Porque quer que seja tudo perfeito como foi.
- Por que você tá falando de passado?
- Porque começo a acreditar que o amor de verdade sempre passa. E depois é tudo besteira.
- Pessimista.
- Realista. Mas isso não é ruim. Acho bonito.
- Bonito sofrer pelo passado?
- É, de certa forma. Não exatamente isso. Mas é bom acreditar que um dia eu tive lá. Que um dia fui a pessoa mais feliz do mundo. Mais feliz do que todo o resto, sabe?
- Ahm. E por que acabou?
- Porque sempre acaba.
- Ele ficou triste?
- Não, ele já tava acostumado.
- Mas como?
- Ah, isso eu nunca vou entender.
- Tu não acha ruim ele não ter ficado triste?
- Não. Era de se esperar. Sabe, pessoas são diferentes umas das outras. Eu já ocupei o lugar dele e...
- Ele já ocupou o teu?
- Não. Acho que ainda não. Mas ainda vai ocupar. Por isso que é uma merda. É um revezamento estranho de sofrer e fazer sofrer.
- Então meu pai e minha mãe se fazem sofrer ou eles não se amam?
- Eles se fazem sofrer. Bem pouco, mas fazem. Mas não conta isso pra eles, eles podem não ter percebido ainda. E é melhor assim.
- Hm, sei. Não quero amar.
- Nem eu.
"

Mas daí aparece alguém que te faz sorrir. Alguém que é tua insônia. Alguém de quem teu corpo precisa. Alguém que te faz engolir o teu pseudo-orgulho e que nunca sabe o que te dizer. Daí tu esquece tudo que tu já aprendeu e erra de novo. Tudo bem, podes fazer isso também. Mas só quando tu fores mais velha.

Vou ensinar coisas da vida pra ela. Ensinar ela a cozinhar. Falar que homens não prestam e mulheres menos ainda. Chorar no colo dela, quando ela estiver deitada no meu. Mimar ela até meu irmão e minha cunhada me odiarem. Pintar o cabelo dela de vermelho e fazê-la ouvir Radiohead. (E espero que meu irmão não leia (mais) o meu blog.) Ou: Desculpa, sabes que é inevitável :-P
Gosto de quando o Spiritualized canta:
"All i want in life is a little bit of love just to take the pain away".

E tá. Tá tudo inteiro ainda. Mas não brinca muito porque pode cair e quebrar. Daí eu quero ver quem vai pagar, porque o meu estoque acabou.

(E sabe, tem muita coisa que é sensível demais. Só tu que não percebesse, ainda.)

quarta-feira, outubro 30, 2002

Float in space and drift in life. (ou Velvet Divorce ou Eu gosto de ti mesmo assim)

(- Vamos fugir hoje?
- Tá bom, menina. Pra onde?
- Pro espaço.
(Ri)
- Tô falando sério.
(Me beija)
- Quero ir pra lá. Daí bebemos bastante. E ninguém precisa dirigir.
(Me abraça e pergunta:)
- E o que mais?
- Daí eu te amo por toda minha vida e o tempo todo.
- Parece legal, mas...
(Te beijo)
- Bom, vamos então.
- Fecha os olhos.
- Ahm?
- Fecha os olhos.
- Tá bom. (...) Que que é isso que tá tocando?
- Massive Attack. Não olha.
- E...? Hahaha, eu devia saber...
- Você devia saber de muito mais que isso.
- Isso foi poético.
- Desculpa.
(Me beija)
- Era isso que eu queria. Senti tua falta.
(Sorrimos)
#)

terça-feira, outubro 29, 2002

De "I need a little love to ease the pain":



yet...
Inertia Creeps

18:55, diz o relógio no micro. Mas eu nem acredito nele tanto assim. "Aconteceu" muita coisa hoje, dentro.
De bom: fui ao centro, saquei dinheiro pra comprar minha passagem de volta. (In)Felizmente, eu tinha que passar na frente da Bebop pra chegar até o local onde eu compraria minha passagem. Entrei, como sempre. Perguntei por CDs do Radiohead, como sempre. Segui com o ritual passando os olhos por todos os CDs usados, um a um, no balcão de vidro. Me chamou a atenção um nome desconhecido de álbum do Foo Fighters. Ainda assim, continuei. Acabei fixando meus olhos no Mezzanine, do Massive Attack. Decidi comprá-lo. Antes de pagar, ainda perguntei a respeito do CD do Foo Fighters. Fui muito feliz nisso. Tratava-se de um single "Stacked Actors", que além da música-título (Diferente de tudo que eu já ouvi da banda, por sinal. Quase me sinto enganada :-P O desconhecimento a respeito da mesma provavelmente deve-se ao fato de esta ser proveniente de uma fase da banda pouco conhecida pela minha pessoa.) inclui mais duas faixas acústicas, lindíssimas: "Ain`t it the Life" e "Floaty". Pois bem. O melhor de tudo é que, desculpem, mas só eu tenho esse CD, ao menos em meio ao meu círculo social, acredito. O CD é importado da Austrália. E o legal é que a intenção da maneira como está disposta a contracapa (não há capa) e o adesivo "made in australia" levam a uma abertura contrária da caixa. Muito bonito até graficamente, por sinal. Tudo isso pela bagatela de 30 reais. Fiquei feliz e não sobrou dinheiro pra comprar minha passagem. Antes disso, comprei chocolate meio-amargo.
Vim andando na chuva, e lembrei do dia em que ela disse que eu sou linda andando na chuva. E eu amo ela, também. :]
Mas, andando na chuva, também pensei. E tive vontade de chorar e notei que isso vem acontecendo o tempo todo. Mas "mudei de assunto". Dei carona pra um desconhecido no guarda-chuva. Ele sorriu. No ônibus, vi pessoas muito bonitas. E, no caso de uma delas, a admiração parece ter sido mútua. Meus olhos nunca se cruzaram com um olhar tão lindo. E fiquei com vergonha e ele ficou me olhando. E mesmo assim, me senti miserável. Me senti Lain. Me senti Chihiro sem Haku. Me senti um personagem qualquer de anime sem um amor pra viver. Vazia, bastante. Usei a aliaça do meu primeiro namoro. Vi o teu carro passando e te levando dentro e levando tudo. Me levando, me perdendo nos meus pensamentos nostálgicos demais. Pensei em outra coisa. Pensei em dizer isso tudo pra Ele. Pensei em psicólogo. Em nada. No meu CD do The Posies. E no nosso último beijo.
sometimes i still feel the bruise

Daí ele me mostrou a tatuagem dele. Linda. E eu ri e achei ele bobo demais. E falei que aquela idéia era minha. E ele, de fato, se desculpou. Me pagou uma cerveja. Menti que não bebo mais. Pedi pra ele me levar pra casa.
Percebi, numa das curvas estranhas do caminho da minha casa, que ele estava feliz. Que ele gostava do meu silêncio e se preocupava em falar o tempo todo pra que eu não me sentisse mal. E eu sorri calma, algumas vezes, sem ouvir uma palavra do que ele dizia. Achando tudo aquilo louco e estranho demais. Lembrando todas as vezes em que eu jurei que nunca mais veria ele. E como ele não tinha mudado. E eu temia que ele mudasse. Que quando eu o encontrasse ele não tivesse mais aquele sorriso e aquelas covinhas. Temia que ele tivesse mudado o cabelo e não usasse mais camisetas vermelhas. Mas era bom vê-lo assim. Com uma tatuagem a mais e mais histórias pra contar. Me contando das vezes que lembrara de mim. Lúcido. Me falando das bandas dele, que eu já conhecia. Parando o carro pra trocar a fita e dizer "Tens que ouvir isso. Vais gostar." E ser uma banda que eu adoro. E eu fingir não conhecer. Então ele falava da "prima-da-namorada-do-guitarrista-que-tinha-feito-intercâmbio" que ele tinha conhecido, achando isso a coisa mais importante do mundo. E eu ri.
Ainda me contou dos vinte melhores shows que aconteceriam naquele mês e entrou pra tomar um copo de água. E foi olhar o quadro que ele mais gostava da minha casa. Aquele cuja paisagem eu tinha prometido pra ele que ainda conheceríamos. E ele riu, cobrando minha promessa. E, por dentro, naquele momento eu largaria tudo pra ir com ele. Tentaria beijá-lo e ele diria que não é certo. A namorada dele ligaria perguntando onde ele está e ele teria que inventar uma desculpa porque ela sempre me odiou. E ele me consolaria, desnecessariamente. Mas por orgulho e por lógica, eu não o fiz. E ele olhou pra uma foto e perguntou se era meu namorado. Respondi que sim, sorrindo. O celular dele tocou e ele inventou uma desculpa porque a namorada dele sempre me odiou. E eu ri, porque sempre soube dos sentimentos dele. E como ele reclamava daquela menina-chata-que-ligava, que agora era mãe do filho dele. Que, querendo ou não, ele amava. Por necessidade, por obrigação. Por ela ter dado um rumo à vida louca dele. Lembrei de como eu ajudava ele a sair com outras. Como eu era a má da história e nunca percebia que o que eu queria era, na verdade, manter ele longe dela porque sabia que, caso contrário, eu o perderia pra sempre. E quando eu fui embora eu esqueci de contar com isso e perdi ele pra sempre. Talvez porque eu tivesse muito ocupada pensando que eu estava feliz e que seria pra sempre. Talvez porque fosse o certo. Mas eu amava ele e não sabia o quanto. Sabia que só como amigo. Mas não queria que ele fosse de ninguém mais. Não queria que alguma pessoa fosse pra ele o que eu havia sido. Ele era a materialização do meu lado mais egoísta e possessivo. Ele e as camisetas vermelhas dele. E tudo que ele me ensinou. E tudo que eu ensinei a ele. E ficamos quietos olhando os quadros e era nisso que eu estava pensando. E nunca vou saber o que se passava na cabeça dele. Mas ele me deu a mão e sorriu pra mim. Queria que fosse pedindo que fôssemos pra sempre. Era o que eu mais queria. Então meu telefone tocou e era o cara da minha foto. Ele percebeu e sussurrou que precisava ir. "Posso te ligar daqui a pouquinho? Tem outra ligação..." E desliguei e abracei ele como nunca abracei ninguém. Agradeci pela carona. E tive muita, muita vontade de beijá-lo e não o fiz. Porque não era paixão. Porque seria uma culpa desnecessária. E foi a primeira vez que senti aquilo. E achei bonito. Pensei na namorada dele. Pensei no meu. Pensei que a vida é longa e que o que será será. Pedi pra ele ir na frente e corri pro meu quarto pra pegar uma fita. Escrevi "Lua" em cima. Corri pra sentar ao lado dele no carro. Coloquei a fita e dei um beijo no rosto dele. Falei que ele era a pessoa mais linda que eu conhecia e que aquelas músicas eram as que eu ouvia pra dormir. Ele sorriu, ao ouvir a primeira música, a "nossa". Passou um pouco pra frente e ouviu as mesmas bandas das quais ele havia me falado na vinda. Sorrimos. Pedi pra ele ser bom e ficar bem. Sorrimos. Ele disse a mesma frase que sempre me dizia. E que tinha sido, até então, sempre o único. Perguntou se alguém mais a tinha dito pra mim. Respondi, rindo, "claro que não". Saí do carro. Ele me olhou e foi embora. E eu entrei e não olhei pra trás. Não peguei o número dele e ele com certeza não tinha mais o meu. Peguei o telefone, liguei o som, e liguei sorrindo pro cara da foto. Inventei algo a respeito da outra ligação e falei que o adorava. E ele falou a hora em que me buscaria e disse que tinha uma surpresa. Agradeci a ele por me fazer feliz. Desliguei e chorei. Chorei por saber que um dia eu teria saudade daquilo tudo. Sorri e chorei ao mesmo tempo. Achei uma merda o fato de a vida acabar, um dia. Quis dizer pra todo mundo o quanto eu amava. Quis abraçar alguém e estava sozinha em casa. Quis. E esqueci isso tudo depois. Como a gente sempre esquece tudo. Como a gente esquece, quase sempre, de tudo que já chorou.
It`s Over, uma ótima notícia.



Jeremy Enigk, ex-Sunny Day Real Estate e dono de uma maravilhosa carreira solo, acaba de ressurgir com seu novo projeto: The Fire Theft. A música disponível no site, It`s Over é mais do que se pode esperar, ainda que ele sempre tenha sido um músico/cantor admirável. Surpreendente em sua carreira solo, Jeremy surpreende ainda mais com a nova banda, ao menos aos fãs de longa data. Apaixonei-me pela música. Sempre fui apaixonada por ele. É perfeito. Baixem a música e, havendo interesse maior, procurem por suas canções solo: Abegail Anne, Lewis Hollow, Asleep under last week`s news, entre outras.

domingo, outubro 27, 2002

Sheena is a punk rocker

Ela acha que meu umbigo é o inimigo. E sabe se perder embaixo das minhas cobertas como ninguém. E passou a noite de ontem deitada no meu colo ouvindo músicas bonitas. Vai se acostumar. Ela vai ser meu substituto pro afeto interpessoal. [...] Sim, vou me apegar demais a ela e sempre vou achar ela a mais bonita. Porque ela é a mais bonita. Bonita, Sheena. Ela não vai ser punk rocker. Ela vai odiar ramones quando crescer. Just like me. :]
Não gostei disso. Odiei. Não sei. Mas hoje em casa é eu o suficiente pra tu saberes se é isso que queres ou não. Ou não. Não. [Foi o que eu imaginei]

Queria que fosse diferente. Queria ser tão bonito que dói.
Vououvirstephenmalkmussemparar.

Queria te ter aqui. Ai, que simples e legal, né? Queria.. ahm. Não, não queria tudo isso. Queria só ser simples e alegre e calma e saudável e meiga como uma música do Stephen Malkmus. A música 463 da minha lista. A música 8 do CD. Porque eu nunca me dei ao trabalho de escrever o nome das músicas. E é isso que eu ouviria agora, se tivesse... Se tivesse. Ganhei um cachorro que chamei de Glomer e uma gatinha que meu irmão chamou de Sheena como na música dos Ramones que Yo La Tengo regravou. Obviamente, ele e seus 13 anos de vida não sabem disso. Mas um dia eu explico. Agora acho que as coisas melhoraram aqui. O cachorro e a gatinha se dão bem e são bonitos. Vai ficar tudo bem. Minha garganta parou de doer e hoje eu fiquei em casa. Fiquei, de verdade. Estranho. Mas agora tá tocando Superstar, do Sonic Youth. Amanhã, como eu disse, será um novo e entediante dia. Será domingo e eu não vou ter que voltar. Mas tudo bem. Ele já sabe quase o suficiente. Mazzy Star. Preciso parar com isso. Happy.

sexta-feira, outubro 25, 2002

Optimistic

Sim, dia ótimo, ainda que sejam pertodedezdamanhã, ainda. Hoje, estranhamente, faz uma falta incrível eu não ter nenhum CD do Weezer. Só hoje. Vim cantando na rua. Videohits. Tive aula de sociologia. Saí no meio. Comi na fabulosa-cantina-do-campus-que-tem-tudo-por-um-real. Croissant. Legal. Pensei o quão legais são algumas pessoas. Algumas. Mas são.
E vou terminar meu dia em Blumenau. Ver o meu cachorro novo. Dar um nome pra ele. Viajar pensando na vida... who knows. Depois, passar o tempo, ver ele passar. Conversar muitodemais com a Camila. Dizer (caso eu esqueça) que eu tô muito bem. Até, um pouco, sentir falta de Curitiba. Imaginar como estão as coisas. Depois voltar e saber das novidades. Rever pessoas.
Ontem à noite terminei de assistir Spirited Away (a.k.a. sen to chiriro no kamikakushi). Lindo. Muito lindo. Uma história de amor linda. Uma história (louca e) linda. Merecedor do prêmio (Urso de Berlim) que ganhou esse ano. Assim que tiverem uma oportunidade, assistam. Será lançado provavelmente no ano que vem. :-P



Além disso, ando me divertindo na aula. Estranho, mas sim. Consegui matrícula em História do Cinema. Um dos filmes exibidos será Pulp Fiction, que eu adoro. Toda semana, terça à noite, um filme diferente. E viva a comunicação social. I can hardly wait...
Mas o que importa é que às duas eu saio daqui. Antes ainda quero pegar algumas coisas pra ler em Blumenau, referentes à aula. Passarei uma semana lá, já que não terei aula devido à Semana de Extensão. "Enlouquecer um pouquinho, talvez", como diria o Lobão-pessoa-legal. Não tenho muita coisa em mente, de fato. E ainda que eu fique em casa, será ótimo.
Tentarei postar, sempre que não tiver nada melhor pra fazer (portanto, não sei se isso ocorrerá, de fato.) e não for impedida pela precariedade do acesso discado.
Ah, isso me lembra ainda dos planos-de-vida legais que eu e meu irmão traçamos essa semana. Bem, would be fun e, realmente, eu ando otimista demais ultimamente. Mas não sei, por um momento não parece algo tão ruim assim...
Bom, acho que é isso. Sejam bons. Vejam ainda esta lindíssima imagem de Haku e Chihiro (Sen):

quinta-feira, outubro 24, 2002

Da série: Por que é legal viver numa metrópole:

- Você tem a oportunidade de não ir a um show da Kelly Key que acontece a menos de um quilômetro da sua casa, de graça, num local chamado Boca do Diabo. (isn`t it ironic?)
- Há o Festival de Sorvetes, já citado aqui anteriormente, onde seus amigos da faculdade planejam passar o dia comendo sorvete por 2,90.
- À noite, não fica escuro, porque as luzes da cidade refletem nas nuvens. E mesmo assim, você tem que andar com um monte de gente sempre, porque é perigoso. Sempre é uma boa desculpa ;-P
- E, sim, o circuito de cinema não-comercial. Ganhei!

quarta-feira, outubro 23, 2002

"- Como é que funciona mesmo?
- Não sei, me ajuda aqui.
- Onde?
- Aqui, ó.
- Faz cócegas!
- Legal, né?
- É nada... Quer dizer, um pouco.
(...)
- Por que você fez isso??
- Tive vontade. Não foi bom?
- Foi, mas... Droga, devias saber que...
- Não diz nada.
- Eu t..."
Tiros de Estilingue sussurram uma resposta às minhas lágrimas

Ele(s) sempre faz(em) isso. Mas não posso negar que acordei sorrindo. Com o meu corpo ainda doente, mas sorrindo. Imaginando mil coisas. Sorrindo. Dizendo mil coisas. Sorrindo. Vontade boba, né? I guess I'll fall into you all. Eu acho isso só hoje sempre. Aí é que tá o problema. Alguém sabe como se faz pra ter boas certezas sempre? Porque eu quero. Morro de medo de planos, porque se os faço, é óbvio que não vai se tornar realidade. Óbvio mesmo, e simples. Mas ninguém precisa saber. Apaga esse cigarro, droga, preciso falar contigo.

terça-feira, outubro 22, 2002

Novocaína para a alma

Hoje de manhã tive aula de Teoria de Relações Públicas. Já estou atrasada nessa matéria, mas a professora é gaúcha e legal. No caminho de volta, passei por alguns 'imóveis'. E conversei bastante com uma amiga minha. Minha garganta tá inflamada. Dói, muito. Hoje, quando fui ao mercado, comprei apenas leite, banana e maçã. Tem algo estranho acontecendo, parece. Passei no DAA e eles não eram a fim de trabalhar hoje. Esqueci de comprar algum alimento não perecível pra palestra de amanhã à noite. No mercado, tava tocando Elvis - You were always on my mind. Me fez pensar em querer viver nos anos 60 ou 70. Tarde demais, né? Daí, no caminho de volta, eu me imaginei te dizendo que as árvores do passeio não param. E te imaginei rindo da minha cara. E eu gostando disso. E gostei de poder imaginar a tua roupa exata, o modo como sentarias na escada do meu prédio e como me entenderias. Daí acordei. Com a garganta doendo, e com tanta coisa a ser feita. Pensei em café e cigarro. Pensei em café. Pensei em chá. Pensei em terminar de assistir o que eu tava assistindo de manhã, antes de ir pra aula. Pensei que eu já esqueci de achar alguém aqui. Que eu já não penso mais em alguém. Mas que, longe, não faz nem uma semana que eu, sem querer, mostrei que me importo. Eu devia ir à forca por isso. Devia.

life is fucking with my head, once again
On Tour

Isso dá muito o que fazer. Divirtam-se.
Nesse post aqui, de 8 de janeiro, tá a minha antiga definição de "alguém que fosse a razão do meu afeto". Bastante diferente. Eu estava apaixonada. Por mais patético que soe agora, era legal. Acontece. Vale a pena ler, já que eu era uma pessoa mais inspirada então...

" (...)
Lembrei-me de uma conversa que tive com o Júlio, na qual ele me perguntou o que eu esperava de um "cara", ou o que seria necessário que alguém tivesse/fosse para ser a razão de meu afeto... Algo do gênero.
De objetivo, lembro ter respondido somente a necessidade de um bom gosto musical... Condenem-me, mas isso é necessário. A parte subjetiva da minha resposta eu diria que muda com o passar o tempo. Hoje, pra mim, eu queria alguém que sentisse. De uma maneira legal, sem mais, sem menos. Alguém que me fizesse ter medo e ao mesmo tempo coragem de dizer um simples "eu te adoro". Eu queria alguém que precisasse de mim às vezes (evoluindo para "sempre"). E de quem eu precisasse quase o tempo todo. Alguém cheio de detalhes, que talvez às vezes só eu percebesse. Alguém que reconhecesse, pelos meus detalhes, que eu me importo. Alguém que se importe. Alguém que eu ache lindo. Alguém inteligente. Alguém que eu admire. Alguém com quem eu possa conversar e dormir abraçada. Alguém que me beije como eu gosto de ser beijada. Alguém que eu não gostaria de deixar. E nem pretendo. Alguém que fosse um "alguém" que eu sempre quis. Alguém como Ele... (...)"


Fuck off, nostalgia.
i.love.my.recorder

Lembram daquele post de antes do início do meu último namoro, quando eu descrevia alguém que seria perto do ideal? Bom, poucos devem ser os leitores remanescentes. Mas aqui vai a mais nova atualização. Depois quero comparar. :-) Um dia...
::Alguém que ouvisse, abraçado comigo, a minha música preferida, ainda que ele a odiasse. Que entendesse, ou simplesmente esquecesse esse fato, por saber que isso, tão pequeno, me faz feliz. Alguém cujos lábios encaixam perfeitamente nos meus. E que saiba disso. Alguém que saiba agir somente por carinho, nunca por educação. Alguém que soubesse, quase sempre, do que eu falo. Que se surpreendesse comigo, que precisasse de mim. Que fosse, claramente, sensível demais ao mundo. Ou que só eu visse isso. Alguém que, mesmo assim, fizesse eu precisar dele. Que, mesmo precisando de mim, soubesse viver sem mim, até certo ponto e depois não mais. Mãos bonitas. Alto. Olhos lindos e tímidos. Que me dissesse, mil vezes por dia, ainda que eu não acreditasse nunca, que eu sou linda. Que me abraçasse, sempre do nada. Que entendesse meus gestos. Que soubesse com exatidão o que eu quero com cada movimento do meu corpo. Que soubesse coisas de mim que nem eu sei, e das quais eu quase me envergonho. Que já tivesse cometido erros. E que, junto com os meus, os esquecesse. Que soubesse que só se ama uma vez. Ou que se iludisse comigo. Que tivesse cabelos macios. E gostasse do que eu gosto em mim. Que entedesse minhas brincadeiras. E que entendesse minhas crises. E quando eu não tenho resposta. Alguém. Que eu sei que, assim, não existe. Que não existe com aquilo que eu mais queria. Mas que susurrasse as melhores mentiras nos meus ouvidos. Mentiras sinceras, que quase sempre me interessam. Alguém que soubesse disso, e que me fizesse sentir fraca. Assim, simples assim.

segunda-feira, outubro 21, 2002

JJ72 - Undercover Angel
Morley - Slingshots
Golden Palominos - Little Suicides
JJ72 - Snow
Cat Power - Enough
Portishead - It Could Be So Sweet
Smashing Pumpkins - Winterlong
I wish I could be who you wanted all the time.

Tive que desligar Pullovers, porque estou triste. Triste e calma. Vou ouvir Morley.
Queria saber o que quero. Hoje não sei. Será que eu devia me conformar com "não querer nada" de vez em quando? Não soa normal. Não sei, não sei. Tá, eu não sei. Mas me deixa assim, tá? Quer ouvir de novo? Eu não sei. EU NÃO SEI. Pode rir agora. Não está tudo bem. (...) 'Agora, que eu estou sozinho'. Essa música combinaria. Mas em algumas coisas eu já pensei muito. Então eu vou ouvir Morley. E continuar tentando. Amanhã, quem sabe. Ou mês que vem.

domingo, outubro 20, 2002

Vou te processar!

Quase-perfeito. O fim-de-semana foi legal. Tão legal. Fez bem ao coração, que agora tá um pouco apertado de saudade. É. O mundo é brega, já sabemos disso. (...)
Saímos de Curitiba um pouco antes das seis. Eu, meu irmão, o Calvache (o sr. roommate) e o Diego. Rimos, ouvimos música ruim e falamos besteira. Entre tais besteiras, no meio da viagem, decidimos parar na casa da mãe do Calvache para um lanche. Comemos muito. Acabamos perdendo uma hora de nosso dia lá, mas foi agradável. Seguimos viagem e acabamos chegando um pouco depois das dez em Blumenau. Tentei ligar pra Camila, sem sucesso. Tomamos banho, conversamos com minha mãe e saímos pra Oktober. Passamos antes numa conveniência. Bebemos algumas cervejas. Estava chovendo. A sexta-feira não foi tão legal assim. Quis algo que não foi possível acontecer. Não encontrei o meu amigo-aniversariante. Ainda assim, pude conversar com algumas pessoas legais. Me irritei um pouco. Mas foi normal.
No sábado, depois de muita coisa feita, saímos para que os meninos "conhecessem" a cidade. A Camila foi junto, e depois acabei passando algum tempo na casa dela. De lá, liguei pra algumas pessoas e notei que estava triste. Muito, até. Conversamos bastante, o que foi bom. E estranhamente, animador. Fomos pra minha casa e bebemos cerveja na varanda com os meninos. Rimos. Melhorei.
Novamente, passamos antes na conveniência e fomos pros pavilhões, que estavam extremamente cheios. Eu e o Diego, que já tínhamos ingressos, entramos antes e esperamos os outros, que estavam na fila do ingresso, durante mais de meia hora. Mas logo fomos ao local-da-gente-interessante. Bebemos mais. Encontrei muita gente. Encontrei as pessoas que eu esperava ter encontrado na noite anterior. Sentamos ao lado da gentil-e-bonita-moça-irmã-de-uma-pessoa-muito-interessante. Lá, fui 'presenteada' com um CACETETE DA POLÍCIA. Fiquei muito feliz. Muito. Aproveitei aquela alegria durante meia hora, até que, por falha minha, o policial acabou encontrando em minhas mãos o 'adereço' que havia perdido. Tentei comprar o cacetete, mas o policial riu e arrancou-o da minha mão. Eu deveria ter batido no oficial quando ele pediu que eu devolvesse o brinquedo. Seria bem mais adequado.
Passado o êxtase do cacetete, saí pra comprar cerveja. Encontrei muitas pessoas, novamente. Ao voltar, encontrei ela com outro. Mas tudo bem, o ser-jovem-bonito-alternativo-e-simpático passara antes pela minha aprovação-inconsciente. Acabei indo dar uma volta um pouco maior para proporcionar à senhorita mais comodidade na execução de seus atos social-amorosos. Creio que tenha sido durante essa volta que encontrei o ser simpático que havia contribuído para que a noite anterior fosse um pouco menos do que eu esperava. Não era a primeira vez em que eu o 'via' durante a noite. Beijei-o. Felt fine. Voltei para o 'nosso' local. Encontrei mais pessoas. Não lembro ao certo de como foi aproveitado todo o tempo. Lembro que ganhei um ticket de cerveja de um jovem. Fiquei feliz. A certa altura, encontrei novamente o ser simpático, rumando ao parque de diversões. Fui junto, querendo realizar meu antigo sonho de andar no carrinho-choque-ou-bate-bate (né, veRRmelho?) num momento de leve embriaguez. Acabamos nos perdendo das pessoas no caminho. Não as encontramos mais. Passamos algum-longo-tempo juntos. Aconteceram coisas engraçadas e absurdas. É sempre assim. Foi legal. A esta altura, apesar das críticas, eu estava feliz. Saímos dos pavilhões e, como de 'costume', passamos no Mac Donalds. Comemos. Falaram que eu faço agronomia. Tentei conversar com os jovens com quem dividíamos a mesa. Não deu certo. Agora eles acham que eu faço Agronomia. Ao final, fizemos guerra-de-coisas-de-cima-da-mesa. Os mac-jovens-atendentes nos olharam estranho. Saímos. Tiramos fotos. Já anteriormente, tiramos fotos dos menos-afortunados-mais-embriagados que encontravam-se jogados na grama de uma concessionária que fica na frente dos pavilhões. Ouvimos, entre outros, "Eu vou te processar!", após tirarmos uma foto nada politicamente-correta, sem querer. Bom, a fim de poupá-los de maiores e longas explicações, creio que eu vá postar a foto aqui quando ela for revelada. Perguntem-me a respeito. Foi legal. Fomos pra casa. Fiquei acordada um bom tempo ainda. Depois dormi. Estou extremamente cansada hoje. Amanhã não tem aula. E tudo isso, aqui, deve ser culpa da lua. Sempre é.

Frase da noite: "É serio isso que tens com a irmã da Maike?" - Ser Simpático, incerto a respeito da minha opção sexual.

sexta-feira, outubro 18, 2002

Quero ser criança.



"Oh, seu peixinho morreu, depois de muito sofrer. Agora ele está morto, nas trevas, sofrendo mais ainda. Nada que você possa fazer vai aliviar essa dor. Esqueça."

quinta-feira, outubro 17, 2002

Hoje é quinta-feira, dia 17. A tirinha de hoje do Garfield é legal. Hoje não fez calor. Hoje busquei o Lipe na rodoviária, almoçamos, conversamos, ouvimos CDs felizes. Foi legal. Hoje fui pra aula pela primeira vez essa semana. Técnicas Básicas de TV. Fine. Hoje o Lipe disse que eu penso demais. E eu admiti que alguém, que não seja eu, tem razão. Mas isso me fez pensar mais. Então não concluí nada. Revi as amigas da faculdade. Andei um monte. De manhã, descobri que estou com alguma alergia. Não sei do quê. Não sou alérgica a nada. E nunca me achei inteligente o suficiente pra desenvolver doenças somáticas. Mas não sei.
O que importa é que hoje é quinta-feira, dia 17.
Amanhã vou pra Blumenau. Vamos, todos.
E tenho planos, admito. E ainda não sei se não vou preferir que seja tudo diferente. Ainda não sei. Mas eu descubro. Ver a Camila. Saudades. E, às vezes, só eu sei.
Everybody Hurts, sometimes.

Eu, que nunca tinha me arrependido de nada.
Tu, que nunca vais saber do que eu me arrependo.

Um a zero pra ti, ainda assim.

quarta-feira, outubro 16, 2002






[garfield.ucomics.com]


3 da manhã: eu chorei. Não posso mais dizer que sou eu, naquela música do Lobão. A febre passou, assim como veio. Estranha e sem sentido. Não tive aula. Não entendo (mais) (nada).
Come in my cave and arrest me for my mistakes

- Fecha os olhos.
- Tá. Tem certeza?
- Aham. Agora faz um pedido.
- Qualquer um?
- Sim.
- Pronto.
- Abre os olhos. It's done.
- Ainda não tem ninguém do meu lado. Só você tá aqui.
- Isso não foi bonito.
- Eu sei, desculpa.
- Então?
- Ele não tá aqui.
- Não. Nem todos os pedidos são certos. Eu só quero o teu bem.
- Então, por quê?
- Pra você saber o gosto.
- Só por isso?
- É.
- Não devia ser assim.
- Não posso te ajudar. Não mais.
- Vai ser só isso?
- Não sei, eu...
(...)
- Acorda.
- Ahm?
- Hora de acordar.
- Eu... tava tendo um sonho.
- Tava? Com o quê?
- Não sei. Alguém.
- Hm. Quer ficar deitada mais um pouco?
- Não sei. Me abraça.
(...)
- Eu te amo, tá?
- Eu também. Não me deixa. Nunca.
- Não vou te deixar.
(...)
- E como foi?
- Como foi o quê?
- Contasse pra ele quem encontrasse esses dias?
- Não, eu...
- Acho melhor contar.
- Por quê?
- Porque te deixou atordoada.
- Não. Eu só... Não sei. Atordoou um pouco, mas é normal. Não é importante.
- Acho que você ainda sente algo. Por isso não quer contar pra ele.
- Não diz isso. Eu amo ele. Ele me ama. E ele nunca vai me deixar.
- Ele já fez isso antes.
- O quê?
- Ele já fez isso antes. Não finge que não lembra.
- É passado. Não é você que tem que insistir em lembrar disso. E também não tem nada a ver. Eu já esqueci.
- Você não esqueceu. Por isso que atordoa. Porque você acha que ele não teria feito isso.
- Ele? É, não teria. Ele jamais teria feito nada. Nem contra mim, nem por mim. Porque eu nunca importei.
(...)
- Oi.
- Oi...
- Tudo bem?
- Que estranho, você aqui de novo...
- Te incomoda?
- Não, imagina...
- Tá ocupada?
- É, eu tô indo... Bom. Acho que não muito.
- Quer dar uma volta?
- Claro.
- Sabe... Eu nunca entendi por que você fugiu...
- Eu?
- É. Foi estranho. Te procurei durante muito tempo, depois.
- Mas eu pensei que...
- Que...?
- Ah, nada. Esquece. Me desculpa por ter "fugido". Mas foi melhor assim.
- É, eu fiquei sabendo que sim.
- Ele não é melhor, you know...
- Pode ser que seja. Mas não pra ti. Espero que estejas feliz.
- Eu também. Espero...

terça-feira, outubro 15, 2002

You don't know how sweet you look like
With pink lipsticks that shine.

Viu como eu entendi? Nothing touches me.
What would an angel say that devil wants to know?

Ele disse que eu sou muito bonita pra uma menina. E que ele quer ser meu menino. E que não quer ser meu brinquedo.
Então, meus olhos estão bem abertos. Tudo bem se for assim?

Então, as you wish, eu não tenho mais fome. Eu não tenho mais vontade. Eu não saio mais de casa. Tenho febre. Calma. Medo. E ninguém. Eu não tenho ninguém.

segunda-feira, outubro 14, 2002

Depois das 6

Minha febre baixou 2 decigraus. Existe isso? Bom, não me importo. Estou suando de maneira absurda, mas estou bem. Também te adoro. Também te amo. E vou, juro, responder melhor pelos meus atos. E tentar, ainda assim, baixar minha conta telefônica. Admitir que minha "college girl life" machuca um pouco. Vou pedir desculpas, mil vezes, ainda que não adiante. Vou ser mais calma. Fazer coisas. Saber. E queria ter essa lucidez o tempo todo. Lucidez febril. Cometi erros. Muitos. Alguns quase-inconcebíveis. Vou pensar melhor. Vou desistir de nunca mais dizer "eu te amo". Vou fazer o meu melhor. Esteja comigo sempre.
Dich Gibt's Nur Ein Mal

"- Alô?
- Oi, sou eu.
- Oi Sol.
- Oi..."

Why Does My Heart Feel So Bad?
Corruption Made Easy

Importante citar que estou em "casa". Curitiba.
A respeito dos últimos dias em Blumenau, eles foram realmente legais.
Na sexta-feira, procurei fazer ligações durante o dia, a fim de promover o encontro do (quase) mesmo grupo de amigos que foi à Oktober no ano passado. Feitas todas as ligações, acabei recebendo um convite que parecia muito mais atrativo, mas que infelizmente não pôde ser aceito, por eu já ter concretizado o planejamento da noite. Foi um "até depois" que acabou não acontecendo.
A certa hora da noite, fui buscada em casa por um amigo que mora relativamente perto. Fomos à cantina da FURB, onde encontraríamos mais dois. Ficamos algum tempo ali sentados, conversando e esperando a ligação ou a chegada dos outros. Foi bom revê-los. Muito bom, de verdade. Voltarei à Blumenau no próximo fim-de-semana devido ao aniversário de um deles. (...) Acabamos saindo dali para beber algo em algum local no caminho. Estava chovendo. Paramos na conveniência-e-point-de-gente-jovem Bonança e bebemos algumas cervejas, desmotivados pelo Chopp da Kaiser, que seria, a princípio, a única bebida encontrada dentro dos pavilhões. Chegando ao local da festa, tivemos a agradável surpresa da qualidade da cerveja. Muito boa, por sinal. Tanto que o consumo desta tenha implicado não só no gasto de uma quantia absurda de dinheiro, como também no fato de eu não lembrar, claramente, de tudo que aconteceu durante a noite. Comprei um chapéu-de-palhaço-com-chifres-nas-cores-da-Alemanha. Conversei com a namorada alemã de um conhecido, que não entendia uma palavra em português. Bebi. Encontrei muita gente que eu não via há muito tempo. E outras que eu queria muito encontrar. E acabei não encontrando muitos. Bebi mais. Mais. Fiz coisas que eu não faria, lúcida. Mas enfim, acontece. No final tudo deu certo. De fato. Acabei acordando meio desnorteada. Mas tive um ótimo início de dia. Shame on me, btw.
Porém, algo me entristeceu muito: a morte da minha cadela-de-um-olho-só, a Lessie. Aquela que por tantas vezes foi mencionada aqui. Droga. Realmente algo ruim. As circunstâncias foram algo ainda pior. I'll miss her. Muito.
Daí já era sábado. Minha mãe foi pra praia com um amigo. Tive que fazer meu próprio almoço, e acabei tendo que dormir mais um pouco à tarde. Quando acordei, fiz algumas coisas úteis e, depois de algumas ligações, concluí que os planos da noite eram os mesmos da noite anterior. Porém, dessa vez, fui com o meu irmão, e levei apenas a quantidade de dinheiro necessária à compra de um copo de Chopp. Isso me salvaria de mais uma noite conturbada como a anterior. E realmente, permaneci sóbria o tempo todo. Conversei com mais pessoas. Encontrei alguém da faculdade. Achei estranho. Acabei passando o resto da noite com um grupo legal de amigos. Cantando coisas legais e outras-nem-tanto. Ganhei uma quantidade assustadora de camisinhas. Acho que o moço-das-camisinhas achou que eu tinha uma vida sexual muito mais afortunada do que a que eu tenho, na verdade. Distribuí a maioria delas a alguns amigos e o resto foi presente para o meu roommate. Acabei não voltando para casa com o meu irmão, pois um dos simpáticos jovens se dispôs a me entregar, safe, em casa. Passamos no Mac Donald's. E ficamos ainda sentados. Eles falaram coisas absurdas. Ganhei uma flor. Ri bastante.
Domingo, sete da manhã. Em casa, dormi. Até ser acordada pela minha mãe com o almoço já servido. Comi, fiz algumas coisas úteis, arrumei uma das minhas malas e acabei pegando no sono novamente. Quando acordei, liguei para um amigo, como prometido, e tentei, de novo e em vão, ligar pra Camila. Arrumei o resto das minhas malas e, um pouco depois das cinco, chegou a nossa carona. Acompanhada de três "rapazes" (Ah, me superei agora!), segui parte da viagem dormindo e a outra, encantada/assustada com a conversa-inteligente-demais-para-a-ocasião que os três mantinham. Um deles era meu irmão. Paramos, em Joinville, no famosíssimo auto-posto-e-restaurante Rudnick, onde demos alguma diversão a nossos estômagos. Encontrei uma menina da faculdade lá. Achei estranho, once again.
Cheguei aqui e... nada. Agora tô com dor de cabeça. Virou uma constante. Tá fazendo sol e, pelo que me consta, minha aula começa às nove e meia. Por algum estranho motivo, minha matrícula não foi efetuada em tal disciplina. Tentarei, mesmo assim.
E este blog voltou a seu funcionamento normal. Fin.

domingo, outubro 13, 2002

Everything in its right place

Tá tudo bem. Obrigada. I miss you.

sexta-feira, outubro 11, 2002

Space Dementia

Isso aqui tornou-se a minha vida, atrasada. Não que ela esteja muito evoluída. Mas enfim...
Sim, estou bagunçada. Uma zona. In a mess. Mas nada que não seja, de certa forma, algo bom. (Espero)
Hoje, ainda, estou me odiando por ser efêmera. Clinicamente diagnosticável. Me odiando por ser humana demais, às vezes. Não sabendo de mais nada. Querendo que amanhã, ao acordar, tudo tenha se resolvido sozinho. Seria bom.
Amanhã (hoje, sexta-feira), além de outras coisas, irei à Oktoberfest, por mais nada-animador que isso seja. Vou rever muitos dos meus amigos. Marcamos coisas. Será bom. No mais, há algo me fazendo feliz aqui. Que idiotice da minha parte achar isso. Mas enfim, estou "bitter" demais hoje. Estou achando que, ao mesmo tempo que nada passa, outras coisas passam rápido demais. Ou não. Ou é a crise hormonal de sempre. Eu sei que é, por isso o direito de odiar o mundo (hoje).

Ah, e... hey, your glass is empty. it`s a hell of a long way home.

Love me when nobody else can see
Touch my soul, then treat me like I am a stranger
This is not the way I want to feel
Should have known a love this strong
Would bring some danger


But if it's all in my head
I'll find a way to make it end
It's magic and it's tragic


Slingshots whisper my teardrops an answer
What am I to you
Slingshots you forgot my kisses don't miss this
What am I to you


Shame, how you got me
Ripping words off my lips to keep from asking
I fall when you call
Press my ear against the phone to hear your lips move


I guess it's all in my head
And in time I'll make amends
It's magic but it's so tragic


I want you so bad
What's wrong with me baby
I want you so bad
What's wrong with you baby


Love me when nobody else can see
Touch my soul then treat me like a stranger
This is not the way I like to feel
I should have known a love this strong
Would bring some danger


Slingshots whisper my teardrops an answer
What am I to you
Slingshots you forgot my kisses don't miss this
What am I to you


Beads fall from a delicate string
My love is too strong to want you
In the way we've been taught to take


All.the.things.you.got.

I`ve been thinking about you.
So how can you sleep?
(...)
I`ve been thinking about you
And there`s no rest
Should I still love you?
I still see you in bed.
But I`m playing with myself
And what do you care...
When the other men are far far better?

Fast Car, literalmente. Sono, hoje.
Esse post era o correspondente à terça-feira:

"Adeus Você - Cuddle, cuddle, cuddle...

Hoje foi um dia bom. Definitivamente. Apesar de eu ter acordado às sete da manhã, numa cama que não a minha. Fui caminhando pra casa, no Sol. Doeu. Anda fazendo um calor realmente absurdo, mas, estranhamente, isso me agrada. Ontem eu, a Camila e o João assistimos (de-novo, no meu caso) O Fabuloso Destino de Amelie Poulain. A Camila dormiu durante o filme. Incrível. Ela sempre dorme. Sempre. Assistimos também dois outros filmes pela metade: Do Inferno, que eu já tinha assistido, e um outro cujo nome não consigo lembrar agora. Mas parecia bastante interessante. Enfim, foi legal.
Hoje, no caminho pra casa, intrigou-me o fato da passagem de um carro de dentro do qual alguém gritou o meu nome. Gostaria de saber do que se tratava. Ou de quem, ou... por que tal pessoa gritou também algo ininteligível, antes disso. Viver é uma aventura. (Uow)
Chegando em casa, cozinhei. Sim, estou me tornando demasiadamente uma dona de casa. E pior: acho legal. Lindo, poético e divertido. E não faço só um almoço normal. Não repeti nenhuma comida até agora. E faço saladas, sucos e sobremesas. Hahahha, eu sei que é suficiente. Agora dá licença, que eu vou ir pra Rivage conhecer alguém, daí ele vai me levar pra jantar e vamos casar e ter dois filhos lindos. Vou morar numa casa do lado da minha mãe, assistir Ana Maria Braga todos os dias de manhã e aprender a costurar. E quando tiver ramela no olho dos meus filhos, vou lamber meu dedo e esfregar nos olhos deles pra limpar. E arrumar a cama deles até que eles usem drogas, roubem todo meu dinheiro e fujam de casa. Fim! Would be fun.
Enquanto isso não acontece... Li coisas hoje. Não foi tão ruim assim. Pensei em começar a ler "Quando é Preciso Voltar". Começarei, agora.
Liguei pro meu melhor amigo. E pra uma amiga. Fiz uma camiseta do Radiohead. Liguei pra Camila, milhares de vezes. E pro João, mais algumas. Combinei coisas para todos os dias que restam da semana. Ri, bastante. Planejei. Sou boa nisso.
E voltei ao meu estado normal, depois de repetidos "Good Skin Days". E Fitter, Happier, More Productive: Passado é passado. Lurgee, agora. Mas muita coisa pra resolver ainda. Muita."

segunda-feira, outubro 07, 2002

Jesus Bitch.

"foi muito ahm... deixa-me ver... foi muito "namorada-sem-calcinha-de-saia-trepando-com-o-namorado-na-sala-com-os-pais-na-cozinha" , dadas as devidas proporções, claro." - pessoa legal.

Estou cansada. Não sei mais o que é dormir mais do que quatro horas. Espero dormir uma quantidade absurda de tempo de hoje pra amanhã, já que esta é a única coisa que Blumenau me permite fazer hoje. Ou sempre.
Engraçado. Hoje a primeira música foi uma ironia bem grande. E o dia tá parecendo muito de verão. Como se daqui a pouco o telefone tocasse e eu acabasse meu dia em alguma praia, acompanhada de pessoas legais. Ainda que eu nunca tenha gostado de verão, eu acho. Creio que isso tenha mudado, depois de um verão perfeito e de um inverno em Curitiba.
Mas o fim-de-semana foi bom.
E começou na sexta. Começou quando chegamos ao lugar marcado, de onde pegaríamos um ônibus para o show. Fiquei muito feliz com algumas presenças, de pessoas que eu nem esperava. Mais feliz ainda quando notei que, pra algumas pessoas, foi legal o fato de eu estar ali. Apresentei a Camila a seu vizinho. E a mais algumas pessoas que até então não passavam de lendas. Feito o "essencial", compramos cerveja e "mantimentos" (leia-se passatempo recheado e bolacha de aveia e mel). E andamos até o local do ônibus. No ônibus, 'bebe-mos'. E demoramos pra chegar. No caminho, descobri que a Toxx tem um blog. Conheci algumas pessoas. Ou "fingi algum entrosamento com os desconhecidos locais".
Assim que chegamos, encontramos a Tata e, logo depois, o Fabio weirdo. Ainda chegamos a tempo de assistir Pipodélica e Wonkavision. E Hey Miss, segundo alguns. Passei a beber água. Adorei o lugar, que estava cheio de pessoas "jovens e bonitas". Adorei a forma como tocaram Portishead e um cover não-sei-de-quem de The Smiths e Last Nite e... Britney Spears. Adorei a camiseta do Portishead de um cara. Adorei o Lipe, a Verinha e a Lu e seus comentários bacanas e ... aquela dancinha? Hahahah ... (Obrigada, vocês tornaram minha noite um pouco mais surreal :)) Legal mesmo. Eu deveria agradecer ao moço mal-intencionado e desconhecido que comprou cervejas pra mim e me tirou pra dançar. E deveria agradecer também ao fato de um conhecido ter me salvado dele. E foi lindo. Pulei e no sábado achei hematomas no meu corpo. Mas pulei muito. Pisei em pés. Muitos, bastante. Dancei Sentimental. Dançamos Last Nite, com direito a pessoas observando. Ri. Ri por fazer muito tempo que eu não me "divertia" tanto. E adorei ter que usar esse verbo. Adorei sussurrar "pra que minha vida siga adiante" de um jeito que só eu sei. E sorrir. E amei "Adeus Você". E cumpri com o prometido "Adeus Você", devagarinho e aqui dentro. Fiquei surpresa com algumas pessoas. Foi estranho. A Camila que sabe: "strange things happen all the time". Tá provado. E um dia a gente entende, eu acho. Mas a culpa é minha. :-)
Voltei em pé, na viagem de volta. Por opção. Ficamos conversando no fundo do ônibus. Aconteceram duas coisas muito estranhas. Mas isso é uma longa-e-proibida história. Ao final da viagem minha mão passou a doer um pouco mais. Tive que deitar entre a Camila e o jovem FKR que deu-se ao trabalho de ocupar a minha poltrona. E não consegui dormir, nem aqueles cinco minutos que restavam, com as ameaças de "resima" do Kiko. Chegamos em Blumenau um pouco 'depois das seis'. Antes disso, ainda tiraram uma foto das minhas olheiras. Ah, sim, há fotos. Creio que sejam publicadas em breve em um desses desagradáveis sites que retratam os poucos momentos de entretenimento de coitados Blumenauenses. Vou fazer um álbum. Quando voltar pra Curitiba. [...]
A Tata 'dormiu' aqui em casa, onde chegamos às sete. Acordei às onze. Fiz almoço. Quando acordei, percebi que meu corpo sentia mais coisas do que era possível processar: sono, fome, vontade de tomar banho, dor de estômago, dor na mão, tontura, fraqueza e... Foi muito "sábadodemanhã", daqueles sábadosdemanhã que eu adoro. Choveu, ainda por cima.
Fiz bastante coisa no sábado. Mas não vou falar sobre isso, por falta de vontade. Mas ele terminou com o "Jesus Bitch" gigante que escrevi no armário.
Domingo percebi que minhas pernas doíam um pouco mais. Fui ao cinema com a Camila e o David. E o David existe, sim. E é o menino mais lindo, pedofilia à parte.
Na casa dela, assistimos um pouco da apuração das eleições. Ficamos felizes :P Conversamos, e eu caí no conceito dela... - diz ela. :-) Mas tudo bem, vou me vingar pelo Marlon Brando.
Acabei chegando em casa meio tarde, o que me impossibilitou de ligar pro Edu. Odeio ser politicamente correta, às vezes. Me apossei do micro e fiquei tempo demais. Há tempos isso não acontecia, juro :P
E novamente, não passei muito de quatro horas. Agora eu queria uma cama. Hoje à tarde/noite pretendo ligar pra minha ex-cunhada, que encontrei esses dias. Acho que tenho outras ligações prometidas também. Mas isso descobrirei no decorrer do dia. Essa semana pretendo fazer algo sociável em Blumenau, antes de voltar. Planos. Saberei, depois.
E vai dar tudo certo, eu sei.

terça-feira, outubro 01, 2002

Fast Car

You got to make a decision. Leave, tonight.
Queria poder fazer mais, às vezes. Queria. Posso. Faço. Queria um carro que fosse rápido o bastante pra me levar daqui. Pra te levar comigo. Pra a gente beber demais, falar besteira e se arrepender depois. Pra pensar a respeito de tudo, de tanto nada pelo qual passamos. Pra a gente se ver numa estrada sem ter plano algum. Pra deitarmos um no ombro do outro e amaldiçoarmos algumas existências, de brincadeira. Pra a gente planejar aquele monte de coisa... Mais uma vez. Queria valer alguma coisa. Queria controlar minha vida como controlo, às vezes. Queria ter mais coragem. Queria resolver algum problema. Queria criar algum problema. Queria precisar de ajuda. Queria achar que o que mais importa não importa. E é bem assim que funciona.
Queria fazer amor. Queria encontrar alguém enrolada num lençol. Queria me perder e acordar numa cidade desconhecida. Queria ter só um colchão e uma mochila. E muita coisa pra contar. E não contar isso pra ninguém. Ser mais silenciosa. Acender mais velas. Acreditar em Deus. Ser vegetariana. Tocar baixo. Ter cabelos compridos. E olhos castanhos. Queria... um carro que fosse rápido o bastante pra me tirar daqui. Queria que tu dirigisse ele. Pra bem longe. Conseguiríamos, só uma vez, my beautiful friend. E seria o bastante.
Escrevi no quadro de recados, na cozinha:
I`m a phanton of love, in the shape of a girl.
I'll Dress You in Her Clothes.

Aqui tudo tem um gosto diferente. Até a saudade. Tem minha vontade de jogar tudo pro alto e nada mais.
Andei pensando no modo como ele me faz sorrir. E pensei muito mais. E pensei. E pensei. E cansa. Mas meu cérebro ingênuo demais é sempre cheio de respostas prontas, como se fosse simples. Daí eu mando ele calar a boca e tento saber e outro jeito. É, eu sei que não tem como. E to everything there is a season. E como eu amo essa música.
Domingo fomos à Balneário Camboriu. Acordamos a Carol, que acordou a Tata e sua família. Foi legal. Fomos a Itajaí. Ao Shopping, assistir uma Exposição de Design que foi menor do que imaginávamos. Mas tudo bem. Tomamos sorvete. Tiramos fotos. Que serão reveladas somente em Curitiba, btw. "Pisei" na Praia Brava. Ganhamos o prêmio de pessoas mais vestidas da praia. Yey! A Carol é uma querida e o Coturno dela é lindo. :* Ah, e conversei um pouco com a Tata, de quem eu tava (deverdade) morrendo de saudades... Mas tudo bem, a gente se vê na sexta...
Ontem passei a maior parte do dia de pijamas, sentada no sofá - que "porra, é azul!". Até a hora de me trocar e ir pra casa da Camila.
E agora o shuffle tá me fazendo a pessoa mais feliz do mundo. Do winamp, já que meu som de Blumenau faleceu :~
De qualquer jeito, aceito doações...
Trembling Blue Stars - I`m Tired, I`ve Tried - esqueci de colocar essa na "lista", minha banda preferida durante umas duas semanas do ano passado.
Poisé, e sexta eu e a Camila vamos ao show do Los Hermanos. O triste é que vamos perder os shows que antecedem o principal: Pipodélica e Wonkavision. A Camila ama Pipodélica. Eu aaamo Wonkavision. Que merda! :-/ Mas tá, Milagres de 3 horas de atraso talvez aconteçam. Têm que acontecer. :-P Mas só lá. Vamos sair de Blumenau à hora em que o show do Los Hermanos deveria estar começando em Floripa. É...
Vi um vulto. Ontem assisti às Virgens Suicidas. Não, não há relação entre os fatos. Sonhei que tinha tido um filho. Sonhei que tinha que marchar e eu não sei marchar. Sonhei que estava tudo bem. Que Éramos.
Além disso, preciso aproveitar o tempo que vou passar aqui pra assistir Evangelion. E durante a Oktober vou fazer um "es-quen-ta" aqui em casa e rever alguns amigos. Get drunk. E depois voltar pra Curitiba. Hoje vou sair pra conversar com alguém. Espero que resolva meus "problemas". Sim, porque eu sou a única pessoa que eu conheço que nunca freqüentou um psicólogo. Daí eu me obrigo a encher o saco dos meus amigos. Great!
Minha mãe acha que vai ser demitida. Eu também acho. Bom pra ela. É o assunto de todas as conversas, todos os dias. Eu ando meio passiva em relação a tudo. E dizem que insônia é o primeiro sintoma de depressão. Em Blumenau a insônia passa, obrigada. Eu queria ser quem eu fui um dia. Vi uma foto. Ah, se eu lembrar eu levo ela pra Curitiba e escaneio. O fato é que eu parecia uma pessoa muito melhor then. Mais frágil, mais quieta. Mais "eu".
E quando eu digo "saudades"... É medo. Medopracaralho. "Só" isso. Medo que eu não poderia jamais descrever. E não poderia dizer metade do que se passa na minha cabeça.
Seria algo como: "Ah, é ele, ele ahm... Saudades mas eu não sei se... Tudo bem comigo e... Acho que é isso. Não, não é. Acho que não tenho dúvidas. Claro que tenho. Doce ou Salgado? Minha banda preferida? ... I wanna go home. Fitas, já gravei algumas. Preciso emagrecer. Acho que vai ser doce, sempre é. Acústico. Que bonitinha, ela sentiu saudades... Cabelo. I`ll break instead. Será? Retrocesso. Retrocesso. Retrocesso. Fitas. Não, não... pega. Todos. Sempre. Não, eu parei. Cerveja, a essa hora? Me abraça. Saudades mas eu não sei se..."
Eu avisei. Então, ao invés de me ouvir, ficarei ouvindo Radiohead bem alto. "Radiohed", né? :P E achar alguma letra que se encaixe (Hahaha). Ah, e falando nisso... Eu admito: Eu choro ouvindo Bright Eyes. Fuck Me.