quinta-feira, maio 19, 2005

interrompemos nossa programação par.....

"Sábado, Agosto 17, 2002
( 8:19 AM )
Eu queria alguém que não se incomodasse com o fato de eu ter escrito minha vida toda a lápis. Que não tentasse, em vão, entender os espaços em branco e as palavras riscadas. Alguém que me aceitasse com todo meu subjetivismo que às vezes é até infantil. Que quando me visse desesperada por ter perdido um poema não me ajudasse a procurá-lo, apenas me abraçasse. Alguém que não se interesse pelo meu passado; nem pelo meu futuro. Alguém com quem eu aprendesse a não mencionar o passado. Alguém pra quem eu vivesse.
Alguém que não tentasse mudar quem eu sou, jamais. Que não ficasse perguntando o porquê de algumas coisas das quais eu simplesmente não gosto. Que não esperasse que eu fosse sempre a mesma pessoa. Eu queria alguém, que assim como eu, não usasse borracha. Que se preocupasse somente em escrever uma vida cheia de erros, riscos e rimas. E 'eus'. Quantos fossem necessários. E que conjugasse os verbos sempre em qualquer pessoa. Independente da pessoa querer. Porque, no nosso mundo, isso só dependeria de nós.
Que tivesse tanto orgulho dos meus erros quanto eu tenho. Ou dos seus. Que achasse minhas piores fotos lindas. Que não se decepcionasse comigo se meu Francês não for tão bom assim. E por achar perfeito o simples fato de eu saber detestar em Francês. Que escrevesse 'eu' sempre com a letra minúscula.
(Alguém que quisesse deitar no meu colo. Me abraçar. Get drunk with me. Cantar. Alguém que nunca tirasse as mangas de cima das minhas mãos pra dar as mãos pra mim. Que me deixasse sozinha, às vezes. Que me deixasse dormindo e que não dormisse demais. Que gostasse de MacDonalds. E que nunca levasse a sério qualquer discussão ideológica comigo. (...))
Que me entendesse, ou não me entendesse, como eu mesma."

Eu era tão mais fácil com 17 anos.

quarta-feira, maio 18, 2005

só mais um daqueles.

Play. Tantos deles começam assim. Esse poderia deixar de ser, mas não o fez.

A música começou devagar e ela ficou batendo com a ponta do indicador na marcha. Ele só olhou.

Abaixou aquele negócio que é pra proteger do sol e que às vezes tem espelho. Ela talvez saiba o nome mas eu definitivamente não sei. Olha no espelho e sorri. Sozinha. Porque ele continua incomodado com o indicador na marcha.

Ela sorri pra ele. Ele mantém o olho fixo no indicador, que agora bate mais lentamente, acompanhando a batida da música.

- É legal essa música, né?

Ele levanta o olhar até os olhos dela. E volta para o indicador, que pára. E bate. E pára. E bate. E ele mata ela.

Porque ele não quis pensar num final melhor.

quinta-feira, maio 12, 2005

Se tudo der certo, em breve eu passo a tomar café descafeinado.

É uma promessa.

(Estranha, mas é.)

domingo, maio 08, 2005

we never change, do we?

Cavalos recém-atropelados com uma poça de sangue sob a cabeça me deprimem.
"We Never Change", a música do Coldplay, me deprime. E me lembra outra coisa que me deprime ainda mais, que é São Paulo de madrugada.
Viajar de carro com a minha família definitivamente me deprime.
Voltar e não ser tudo igual me deprime. Se for, ainda mais.
Ver que não está tudo bem com você me deprime. E me deprime saber que não há nada que eu possa fazer.
A simplicidade, por vezes, me deprime.
Saber como é, acho, é o pior. O pior de todos.

Mas tudo bem. Você não precisa me consolar por causa deste. Já tentaram isso antes.

:: The Unbelievable Truth - Ciao my Shining Star

quarta-feira, maio 04, 2005

Prova interna da Polícia Federal, de conhecimentos de informática:

"Foi feita uma tabela no Excel com os gastos anuais do setor para controlar bla bla... qual é a melhor forma de calcular o valor final dos gastos?

a) somando tudo com uma calculadora
b) não é possível realizar este tipo de operação no excel
c) utilizando-se a função "SOMA", colocando entre parênteses o intervalo de células a serem somadas
d) é mais lógico fazer essa conta sem o auxílio do computador"


ou algo muito próximo disso.

segunda-feira, maio 02, 2005

pode ser...

Tem um problema. Mas a gente não fala sobre ele. Ignora.
Ele fica ali.
Mas a gente não fala sobre ele.
Melhor não.

:: Violins - Atriz