sexta-feira, dezembro 11, 2009

A última bolacha do pacote

Sabe, quando eu estava a 547 mil quilômetros de distância, viajando à noite e ouvindo aquela música e olhando as estrelas e não achando toda aquela situação muito brega, talvez eu estivesse pensando em tudo isso.
Talvez estivesse esperando que o tempo não agisse tão perfeitamente bem, a ponto de a gente se perder por segundos.
Quem sabe quisesse voltar no tempo, voltar à pele, voltar àquele instante. E mesmo assim não poder fazer nada a respeito.
(E quando eu voltei a ele, me dei conta de que realmente não havia nada que pudesse ser feito, e nunca haveria.)
Mas era noite, a música era brega e absolutamente nada me lembrava você.
Agora eu me pergunto como eu pude.
Porque eu me prometi tantas vezes que nunca iria te esquecer.

domingo, novembro 15, 2009

Muro

Desconfio um pouco de que há sempre um meio termo. Uma distância segura.
Desse lado onde estou, olhando bem, parece impossível.

domingo, outubro 18, 2009

A pureza que está nos detalhes, no gato pendurado no cesto, no tentar de novo, no desistir de tudo, em tocar um instrumento mais fácil, a pureza que está em desistir de ser o que foi e se acostumar com ser o que é, essa pureza eu acho que eu não tenho mais.

quinta-feira, outubro 01, 2009

Arma Branca

Há um pouco menos de 6 anos, eu estava sentada em uma rodoviária em uma cidade estranha e via alguém sumir num ônibus que fazia a curva, depois de um começo um meio e um fim em 3 dias.

Com as palavras certas, isso é tempo suficiente pra mudar alguém.

Sem a palavra certa ou a pessoa certa ou o momento certo, uma vida inteira não dá conta.

terça-feira, setembro 01, 2009

Autopsy in the form of an Elegy
John Stone

In the chest
in the heart
was the vessel

was the pulse
was the art
was the love

was the clot
small and slow
and the scar
that could not know

the rest of you
was very nearly perfect.

domingo, agosto 16, 2009

Peso

Mais de 140 caracteres, mais, bem mais, do que os 61 kg, mais do que o tempo de tocar o cd que eu gravei pra você. Quero parágrafos bem extensos e cheios de sentido que deslizem sobre o teu tempo como o vento desliza sobre o teu cabelo.
Quero todas as luzes acesas, agora, sobre você. Quero o fim desse tempo, o fim desse ritmo, quero que tudo gire, e que depois tudo pare e no meio dessa imensidão e desse clarão que faz arder os meus olhos eu quero que esteja você.

E se isso for pedir demais, eu me contento em dormir e acordar todos os dias ao teu lado, até que se torne o contrário.

domingo, julho 26, 2009

So this is how I met you:

sábado, julho 11, 2009

Bom, acho que é assim que funciona:

Chega um momento em que você se dá conta de que nunca vai ter uma polaroide e nunca vai ser genial porque o limite pra isso é 21 anos.
Chega uma noite em que você olha para as pessoas ao seu redor e parece que tudo que você já fez não importa, tudo é motivo pra largar mão, mudar de cidade e gastar todo seu dinheiro tentando ser algo que nunca será.
Parece que o que importa vai passar rápido demais. E que alguma escolha foi errada, porque não pode ser isso, não assim.

No final, o que quer que aconteça, você estará sozinha e comendo a mesma comida porcaria de quando você era estudante, imaginando se a estupidez humana tem algum limite.

E não tem. É assim que funciona.

sábado, julho 04, 2009

Rewrite

Não sou muito boa nesse negócio de depender de outras pessoas para alguma coisa. E, principalmente, do esforço delas pra não me decepcionar. Chega a ser injusto.

quinta-feira, junho 04, 2009

Instruções de segurança

Pelas vezes que você vai chorar ao perder alguém que ama. Pela planta que não será regada. Pelo gato miando de fome. Pela sua incapacidade de pagar as contas em dia. Pela bebida que te faz mal. Pelas refeições que você não gosta de fazer sozinho. Pelos abraços no frio. Por mim. Por você. Fique comigo sempre.

quinta-feira, maio 28, 2009

É difícil saber quando parar de procurar por uma coisa que a gente acha que não existe.

terça-feira, abril 28, 2009

Se eu escrevesse este texto para alguém, seria para você.
Se eu ficasse doente e não quisesse que ninguém me visse, você seria a exceção. Eu sorriria ao ver teus sapatos aparecendo na porta entreaberta. Você choraria, talvez. Eu sorriria. Por você.
Se você calçasse o mesmo número que eu, eu deixaria meus sapatos pra você. Mesmo que você não os usasse. Eu te emprestaria minha blusa preferida e se você queimasse ela com cigarro, não teria problema. Nem se deixasse cair tinta de cabelo.
Eu contaria, em segredo, no teu ouvido, que é aquele meu livro preferido. E choraria lendo um conto. Dançaria uma música brega.
Mas com você eu não preciso dessa regra. De nenhuma. Nem de celebrações, nem de discussões.
Se eu te tivesse por perto, por longe, ou só por um minuto, eu diria que tudo isso é pra você.

sábado, abril 25, 2009

Life Story

by Tennessee Williams

After you've been to bed together for the first time,
without the advantage or disadvantage of any prior acquaintance,
the other party very often says to you,
Tell me about yourself, I want to know all about you,
what's your story? And you think maybe they really and truly do

sincerely want to know your life story, and so you light up
a cigarette and begin to tell it to them, the two of you
lying together in completely relaxed positions
like a pair of rag dolls a bored child dropped on a bed.

You tell them your story, or as much of your story
as time or a fair degree of prudence allows, and they say,
Oh, oh, oh, oh, oh,
each time a little more faintly, until the oh
is just an audible breath, and then of course

there's some interruption. Slow room service comes up
with a bowl of melting ice cubes, or one of you rises to pee
and gaze at himself with mild astonishment in the bathroom mirror.
And then, the first thing you know, before you've had time
to pick up where you left off with your enthralling life story,
they're telling you their life story, exactly as they'd intended to all
along,

and you're saying, Oh, oh, oh, oh, oh,
each time a little more faintly, the vowel at last becoming
no more than an audible sigh,
as the elevator, halfway down the corridor and a turn to the left,
draws one last, long, deep breath of exhaustion
and stops breathing forever. Then?

Well, one of you falls asleep
and the other one does likewise with a lighted cigarette in his mouth,
and that's how people burn to death in hotel rooms.

domingo, abril 19, 2009

Calm go the wild seas

Relacionamentos nascem de lugares estranhos. Nascem de uma pergunta sobre a altura da pessoa, de um sorriso, de uma cor de cabelo, de uma camiseta de banda, de um platonismo bobo, de erros. Às vezes até nascem com calma, nascem de um "é isso", ou só de vontade de sorrir um pouco. Mas isso a gente esquece em pouco tempo.

Os lugares pelos quais eles transitam a gente também esquece. O quinto beijo; a segunda viagem; quando ele parou de abrir a porta do carro pra você; a primeira reconciliação depois da primeira briga.

Do que foi, a gente lembra só o fim.
De mim e você, somos nós dois, sentados em uma mesa de restaurante num domingo à noite. Eu nunca me decido pela comida e nunca lembro das conversas. Mas sei do cheiro - de ainda começo - que eu senti pela manhã.

sexta-feira, abril 03, 2009

Mansinho

Dup dup dup dup dup duriduprãp.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Whatever is real

Me acorda só quando acabar?

sábado, janeiro 31, 2009

Apesar de eu não acreditar.

Apesar desse mau humor esporádico.
Apesar de toda essa insegurança, que eu só mostro pra você.

Apesar dos meus passos errados, tantos, em tantas direções e com tanta certeza.
Apesar da teimosia, da incerteza, apesar de não desligar o gás do fogão.

Apesar disso, e de tudo isso.
Ou só o pesar disso tudo.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Prioridades

24 anos, 4 meses e 1 dia depois, a idéia continua a mesma.
Com o tempo a gente aprende a executar isso melhor. Aprende a ser a pessoa certa.
Aprende a medir as palavras, mas deixar livre o que sente.
Aprende a julgar mais do que gostaria. E se decepcionar mais do que é possível. (Tem gente que sempre se esforça mais um pouco pra fazer a coisa errada).
Com o tempo a gente entende que tem escolhas, muitas, e tudo bem, mas algumas são escolhas sem sentido. (Ou com sentido, mas sem valor algum).
Por sorte, mesmo aprendendo, a idéia continua a mesma. O lance é sobreviver. Acordar. Respirar.
Em alguns dias, é mais fácil do que nos outros.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

segunda-feira, janeiro 05, 2009

I'm going out for a little drive, and it could be the last time I see you alive