quinta-feira, outubro 07, 2010

Medindo

O tamanho do buraco onde era pra ser a janela de uma casa que nunca vai existir. O silêncio no telefone. O vazio de quinze metros quadrados entre dois corpos que não dormem abraçados em uma cama de casal. A vaga de estacionamento na frente do meu prédio que parece que fica o tempo inteiro vaga quando você não está aqui. Quando uma mão solta a outra. Quando você sobe a escada na minha frente. Quando todas as luzes da casa estão acesas, mas em todos os cômodos sou só eu. A distância entre estar junto e não estar. O medo de que alguma insegurança vire alguma verdade e vire mais alguma coisa pra se chorar a respeito, e todo mundo está tão cheio disso. Quando no bar sempre há uma história triste pra contar e todo o resto é só dúvida. Às vezes, não sei por quê, consigo medir como se fosse uma linha.