tag:blogger.com,1999:blog-32336712024-03-05T02:06:04.480-03:00verbo transitivo diretoO parafuso dá voltas, e até isso muda por aqui.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.comBlogger1278125tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-27777833519419422602014-10-04T12:54:00.000-03:002014-10-04T12:54:05.299-03:00The damage is done<br />
Me parece que agora é uma questão de escolha. E eu escolhi você. Escolhi você acima da comodidade e da familiaridade dos meus erros. Escolhi você com todas as renúncias que isso envolve. Escolhi a dificuldade de ter que lidar com nós dois. Escolhi mesmo com a incerteza de você também ter me escolhido.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-90692078846395930972014-09-11T22:53:00.000-03:002014-09-11T22:53:40.203-03:00dreißigEu moro no décimo andar, em uma cidade da qual sempre gostei mas na qual eu nunca quis morar. Faço trinta anos. Um tempão. Em meio a um milhão de mudanças dessas que a gente faz só pra se provar vivo. Estou viva agora. E feliz. Estou viva e feliz, agora. No meio da vida e da felicidade, tem esse monte de detalhe: as contas que às vezes não fecham, a facilidade apaixonante de algumas coisas e a dificuldade desafiadora de outras, a umidade relativa do ar, o que eu tenho nos meus poros. Mas esse monte de detalhe hoje, viva e feliz, parece fechar redondamente. Parece que depois de muito tempo, embora eu nunca tivesse percebido, eu finalmente posso responder: "sim". Digo "sim" quando me perguntam se tá tudo bem, se estou feliz, se topo sair antes do trabalho pra tomar uma cerveja, se quero isso agora: sim, sim, sim. Vejo do décimo andar, vejo lá de baixo, bem perto do chão, todo esse mundo que se espalha pelas ruas de uma vida quase nova. Recauchutada. E me vejo brega dizendo sim pra cada detalhe que constrói tudo que tenho agora; viva e feliz, agora.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-43947208863159961602014-09-03T23:17:00.000-03:002014-09-03T23:17:14.573-03:00FísicaNesse momento eu me dei conta que possivelmente eu saiba o exato espaço que o seu corpo ocupa no mundo. E quase me irrito com o ar que fica no lugar de onde você deveria estar agora. Delimito um espaço mentalmente: na minha cama, naquele colchão de solteiro, dentro de mim, no beijo que você me dá chegando sempre pelo meu lado direito, em alguma sacada molhada de garoa onde a gente senta pra ver o tempo passar. Marco cada partícula que ocupa um espaço que eu reservei pra ter o teu cheiro e a tua capacidade de me fazer sorrir. Odeio todas as leis da física, algumas geografias e a ironia que é o fato de eu só conseguir pensar no agora.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-33393292687700927142014-08-15T09:29:00.002-03:002014-08-15T09:29:22.788-03:00- Por que você tá fazendo isso comigo?<br />
- O quê?<br />
- Me amando.<br />
- Desculpa.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-58583255293505761792014-07-07T00:34:00.000-03:002014-07-07T00:34:09.849-03:00O medo maior era aquele momento entre o avião pegar a velocidade necessária para decolar e levantar as rodas da frente. A partir daí, tudo parecia resolvido. Mais dez segundos e se levantam as rodas de trás, as asas flutuam suaves e a nave vai se perdendo no infinito do céu à noite, as luzes das casas diminuindo lá embaixo, delimitando claramente o palco dos últimos dias.<br />
<br />
Talvez, naquele momento, ela se sentisse assim. E talvez fosse o momento mais difícil, de maior medo, o mais determinante. Quem sabe tudo já estivesse correndo na velocidade certa, mas sempre há um instante muito específico de apertar o pedal; quando tudo se resolve e os próximos passos são determinados: é desse instante que depende o sucesso ou o fracasso de alçar voo, de seguir adiante, de deixar pra trás um cenário e navegar um pouco no escuro até enxergar o próximo.<br />
<br />
Ela abriu seu caderno de anotações quando as rodas de trás do avião deixaram de tocar a pista e anotou numa folha em branco: ESSE INSTANTE É AGORA. A letra saiu torta.<br />
<br />Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-35749553711850175712014-05-29T20:39:00.002-03:002014-05-29T20:39:51.924-03:00Wake up.<div class="p1">
Às vezes eu consigo ver o tempo. Consigo ver ele escorrendo pelos meus dedos enquanto eu me perco naquilo tudo que não consigo resolver. </div>
<div class="p1">
Eu enxergo claramente o rastro que eu deixei no caminho entre o que eu poderia ser e o que eu sou, entre o que eu quero e aquilo que eu efetivamente tenho coragem de ser.</div>
<div class="p1">
Aí eu choro os litros de amargura, de distância, de tempo, de sapos engolidos, tarefas contraditórias, valores ignorados. Eu engasgo em mim mesma com 16 anos, com 22, com o que diabos eu me tornei agora.</div>
<br />
<div class="p1">
Mas é só hoje. Ou só sempre. Ou só quando eu consigo me enxergar.</div>
Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-66092590737501292312014-05-18T23:40:00.002-03:002014-05-18T23:40:46.262-03:00talk is cheapHá três meses eu voltei de uma viagem e nunca desfiz a mala. Deixei as roupas usadas. O casaco úmido daquela noite gelada. Deixei a segunda via do cartão do restaurante que você pagou, o troco de dois e cinquenta da passagem, o meu melhor vestido que eu levei e não tive chance de usar. Tem pêlo do seu gato, uma folha do pé de jabuticaba do seu quintal, tem um adesivo grudado na sola de uma sapatilha que saiu de um disco novo que você comprou e tava jogado no chão da sala. Há três meses eu voltei de uma viagem e nunca desfiz os nós que você fez no meu cabelo quando me beijou na chuva. Nunca desfiz os nós que minha terapeuta gosta de citar. Há três meses eu voltei de um nó e eu nunca me desfiz.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-39777382065329557812014-05-07T00:26:00.000-03:002014-05-07T00:26:21.832-03:00Ouro de toloEra algo tão simples quanto procurar o amor e não encontrar, mas mesmo assim eu não consegui me perder de você. Não consegui evitar as noites em claro, as brigas, os conselhos infundados, os olhos cheios de lágrimas enquanto tentava fingir um sorriso.<br />
<br />
Passei mais tempo do que gostaria perdida entre a escolha óbvia, e certa, e o som tão ridiculamente familiar e confortável do teu gemido no meu ouvido. Embora eu tenha te falado com olhar desafiador que não há jeito de saber qual a escolha certa e você tenha terminado uma longa discussão dizendo que a certeza da auto-preservação não existe, eu ignorei todo o prólogo.<br />
<br />
Me peguei sorrindo quando você olhava nervoso para tudo que eu fazia, quando apressava meu passo, questionava meus valores. Eu me apaixonei pelo seu descaso. Me prendi ao pouco, quase nada, de sentimento. Ainda que ele não fosse por mim. Me mantive próxima. Trilhei um caminho. Me apeguei a cada poro, cada gota de suor, à camiseta daquela banda que odeio, às discussões sobre a tarifa do metrô, à pessoa que te abandonou no altar, ao seu pai doente, ao seu aluguel que subiu. Juntei com cuidado todos os seus pedaços. Te construí dos seus próprios restos. Me mantive próxima. Trilhei um caminho. Foi algo tão simples quanto procurar o amor e encontrar o que sobrou dele. Eu nunca consegui me perder de você.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-25775630959008834452014-04-21T23:53:00.001-03:002014-04-21T23:53:39.356-03:00Vazio.<p dir="ltr">Eu gosto de pensar no amor - ou em qualquer uma dessas coisas bregas que eu sinto - como alguém disse que se sentia a meu respeito quando eu tinha 17 anos: "quando eu entro em qualquer lugar, você é a primeira pessoa que eu procuro".</p>
<p dir="ltr">Mas talvez eu leve muito a sério porque eu te procuro em todos os lugares mesmo quando você, com absoluta certeza, não está lá. Eu te procuro em algumas músicas que eu escuto, sem sucesso. Te procuro nos homens que me chamam pra sair. Em quem gosta de mim de verdade. Eu procuro você nas mulheres pelas quais eu acho que você se interessaria. Eu procuro você na palma da minha mão, no meu mapa astral, nos livros que eu leio.</p>
<p dir="ltr">Você é a primeira pessoa que eu procuro toda vez que eu chego em algum lugar. Mas até hoje você nunca esteve lá.</p>
Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-32887194113019453892014-03-30T04:15:00.001-03:002014-04-21T23:42:18.379-03:00Dos rascunhos:Talvez o melhor jeito de descrever o que eu sentia fosse: quando você derrubou vinho na capa do meu livro preferido, eu não levantei pra limpar ele na hora. Tentei umas cinco horas depois, mas que pena, que óbvio, manchou pra sempre, e eu tenho marcada pro resto dos dias a certeza de que um dia chegamos tão perto.<br />
<br />
<br />
<br />Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-50376825553874991172014-03-23T13:31:00.001-03:002014-03-23T13:31:30.350-03:00Respiração<p dir="ltr">O que eu sinto talvez não seja tanto sobre você quanto é sobre mim. Foi o que concluí enquanto te esperava naquele café de sempre, passando frio nas mesas de fora pra poder fumar um cigarro.<br>
Você chegou atrasado, como sempre, e senti meu coração parar quando você virou a esquina. Usava aquele tênis esfarrapado, a mesma roupa, o mesmo perfume. E sete meses depois eu me perguntava como meu coração ainda podia parar.<br>
Uma amiga um dia me mandou procurar um médico. "Não pode ser, você não tem idade". E acho que mais da metade da graça era essa.<br>
A essa altura, eu achei que tinha sacado tudo. Não sei o que sobra pra uma mulher depois de se apaixonar perdidamente pela primeira vez, depois de ser pedida em casamento, de morar junto, de fazer terapia, de se separar, de recomeçar.<br>
Mas aparentemente sobra você. Você senta e dá um sorriso meio sem graça, pega um cigarro meu sem pedir, faz um sinal pro garçom que já sabe o que você quer.<br>
Você solta "eu acho que não precisa ser assim", eu trago fundo.<br>
Penso em tentar explicar que eu já saquei tudo, você tem um mundo pela frente. Que não é justo você estar com alguém que não faça o seu coração parar. Mas não explico. Dou um sorriso porque já passamos por tudo isso antes.<br>
Você se distrai com uma mensagem no celular e eu observo silenciosamente os seus dedos finos, as mãos de pianista sem talento, a sua barba meio torta do lado direito, os olhos incrivelmente lindos escondidos atrás dos óculos. Meu coração pára um pouco. Eu levanto, jogo fora o cigarro. Te beijo como daquela primeira vez. O perfume, aquele beijo de rosto inteiro, de mãos, braços, abraços, eu digo "tchau". Você levanta e me abraça forte. Eu me desfaço do abraço contra minha própria vontade. Olho pra você pela última vez. Pros seus olhos lindos.<br>
Torço pra você nunca descobrir, torço pra esse pedacinho seu dentro de mim crescer com esses mesmos olhos. Torço pra ser a escolha certa. Você tem um mundo pela frente. Eu já saquei quase tudo.</p>
Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-65643697232778360022014-02-11T22:06:00.000-03:002014-05-18T23:31:56.347-03:00I'd ratherHoje desejei o corpo dos 25 com a segurança dos 29. A elegância dos 30 com a ingenuidade dos 18. Desejei ter feito um pouco mais - ou tudo, tudo mesmo - pra ter o que eu queria de verdade. Mas essa é uma coragem maior do que enfrentar alguns exércitos.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-74589356630269714552014-02-10T20:35:00.001-03:002014-02-10T20:35:29.943-03:00Einmal ist keinmal.Aquela milésima oportunidade incrível que você desperdiçaria porque sim.<br />
A hora que você se dá conta, e não é de um jeito triste, que só se vive uma vez.<br />
Quando você começa a acreditar em sorte ou querer levar ela a sério. Quando essa é quase exatamente a vida que você sempre sonhou. Aquela esperança ensurdecedora. Quando você pegou na minha mão suada pra me levar pra primeira fila do seu show preferido. Quando eu disse que não porque não achei motivo pra dizer sim - além da minha própria vontade.<br />
Tudo isso só acontece uma vez. Eu nunca saberia. A não ser pela sensação excruciante de querer que o teu cheiro se repita todos os dias.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-4649434561213778962014-01-06T23:55:00.000-03:002014-01-06T23:55:18.346-03:00Roubaria um título do ProustFoi quando ele me beijou pela última vez discretamente no canto da boca que eu desisti simplesmente por não saber como agir.<br />
<br />
E fiquei feliz porque podia, finalmente, sentir algo com sinceridade. Tirar o pó dos discos tristes, ser consolada da forma mais imoral possível, dizer que não deu certo sem ter que me explicar e sem ouvir alguém dizer que eu estava interpretando as coisas do jeito errado. Como se a interpretação fosse o que importasse.<br />
<br />
Quando eu disse "não estamos mais juntos" e o primeiro olhar de piedade se lançou sobre mim, sem espaço pra uma segunda opinião, sem discussões e argumentos, só o não e o vazio e o "sentir muito", algo dentro de mim reacendeu. Flutuei em meio a olhares de compaixão e "não foi dessa vez" e uns sussurrados e segredosos "coitada, quase trinta". Me senti respirando fundo, acordando do coma, saindo da água. Me senti desistindo do fantasma que eu nunca quis abraçar. Me senti aprendendo que algumas pessoas são uma fuga. Pra si mesmas e pra tudo ao seu redor.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-58420351709772231032013-12-12T23:29:00.001-03:002013-12-12T23:29:19.857-03:00O mínimo de lembrançasAcontece que um texto genial, desses de dar uma formigadinha no céu da boca, não tem muito a ver com referências, com a vida que a gente leva, com o dobrar dos sinos, com os discos dos smiths que eu não tenho, com os melhores shows, com como eu olho pra você dormindo na minha cama e me sinto a pessoa mais sortuda do mundo.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-80148855238105078372013-12-03T23:29:00.000-03:002013-12-12T23:30:19.889-03:00O mundo é dos fortes mas acho que nunca conheci nenhum. Inclusive acho que isso pode significar que eu não tenho direito nenhum sobre o mundo. Deve haver alguma lei, escrita em alguma placa em algum lugar dizendo que eu perdi toda minha propriedade - e o direito a uma parcela do mundo - quando chorei aos 17 anos por deixar um copo cair no chão.<br />
<br />
<br />Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-87429244605869852902013-09-18T22:07:00.000-03:002014-05-18T23:31:33.518-03:00<b>Não pode falar isso.</b><br />
<br />
- Primeiro que você não vê. Segundo, que você é um babaca e terceiro que você é um babaca.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-78895642245874089472013-06-08T21:59:00.000-03:002013-06-08T21:59:17.556-03:00Em vez daquilo tudoFoi recolhendo as taças sujas de vinho numa manhã de inverno que eu me dei conta que talvez gostasse muito mais da minha cidade quando eu pensava nela pelos seus olhos.<br />
<br />
Talvez eu gostasse mais da minha vida quando eu pensava em como você a veria. Aquele meu prédio preferido. Apontaria os detalhes, as paredes cobertas de folhas, você sorriria com os olhos.<br />
<br />
Pensei em caminhar devagar no contra-fluxo das pessoas saindo apressadas dos seus trabalhos. Pararíamos no meio da calçada atrapalhando a coisa toda, vendo as linhas da arquitetura se juntando com umas histórias bobas, você precisa provar essa pizza, esse lugar me lembra tanto você, olha ali a fila do pão, o marco zero, sim é mesmo tudo meio limpo.<br />
<br />
Quem sabe fosse a ideia de que com você ao lado tudo pararia ou quem sabe era mesmo uma bela de uma vida mas que perdia um pouco da beleza quando você não percebia nada disso.<br />
<br />
Eu recolho as taças sujas de vinho com a certeza de que você nunca perceberá, lavo devagar, há muita coisa ainda pra se beber.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-31479225493421335512013-05-19T22:57:00.000-03:002013-05-19T22:57:04.386-03:0025 coisas que você deveria saber sobre o amorÀs vezes a gente pensa em algumas <a href="http://thoughtcatalog.com/2012/25-things-you-should-know-about-love/" target="_blank">coisas</a> muito mais do que gostaria. Eu penso muito naquela vez que acordei mais cedo e você, mesmo dormindo, tentou me segurar pra que eu não saísse do seu abraço. Embora a gente não tenha nada, nunca tenha tido nada, ou quem sabe tenhamos algo com outras pessoas, você tentou me segurar, isso partiu meu coração porque, bom, não temos nada.<br />
<br />
Penso mais do que gostaria em acordar ao seu lado, tua cara amassada, a falta de humor, a preguiça de fazer café, você me abraça até meio dia, até daqui 1h37min, até a hora de pegar o avião, quando acabar isso, esse momento, quando tudo voltar a ser coisíssima nenhuma misturada com ansiedade - penso bem mais do que gostaria.<br />
<br />
Mas nem o beijo na nuca, nem o fato de tua mão não ser quente como deveria, nem toda a expectativa frustrada e nem a recomendação da terapeuta, nada disso me faria pensar menos. Porque você é dessas coisas que são muito mais do que eu gostaria. Ou apenas exatamente isso.Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-33589963441357827362013-04-02T19:45:00.000-03:002013-04-02T19:45:48.620-03:00essa é uma das coisas que passam, todas elas são, a gente escolhe vivê-las até que não queira mais.Me escolheu como quem escolhe a jóia mais cara e rara em uma vitrine cheia de coisas impagáveis e inalcançáveis, embora eu fosse a versão mais bruta da coisa toda, ou: justamente por isso.<br />
<br />
Encheu as manhãs de citações, e os cafés de promessas para ninguém, os bolsos de canetas que arrancava da minha mão. Deitou minhas costas nuas no lençol só pra dizer 'Olha que estranho' e não me beijar, não me ter, coisíssima nenhuma, só pra sentir na pele - e bem de perto - como era viver o maior dos clichês.<br />
<br />
Achou que as referências e as histórias fossem um quê de maior que a vida, quando na verdade quase todo clichê é triste. Eu disse "e se..." umas mil vezes. Ele, nem isso.<br />
<br />
Apagou o cigarro bem na hora em que se deu conta:Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-53540350887261655872013-03-20T23:23:00.001-03:002013-03-20T23:39:54.728-03:00LOST IN THE LIGHT<div>
<br /></div>
<div>
Um dia você me disse que as coisas são só o nome que a gente dá para elas. E, estranhamente, foi nesse dia que eu decidi começar a usar o nome paixão pra toda vez que você completava uma frase minha ou botava a mão nas minhas costas quando a gente caminhava pra algum lugar.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Foi quando a gente começou a dar nomes pras coisas que o que tínhamos deixou de ser suficiente pra ser algo com nome difícil e complicado e distante daquele primeiro sorriso que me prendeu.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Quando usamos, em nós mesmos, toda nossa habilidade com as letras e as palavras e as definições, aquela beleza e a liberdade que me bastavam pra te ter por perto se perderam nas entrelinhas.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Enchemos tudo de nomes e palavras que começaram cantadas feito uma música do Chico Buarque ou garranchos alcoolizados em guardanapos - e terminaram resmungadas como um ditado em alguma caixa postal eletrônica que nunca é ouvida.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Um dia você me disse que as coisas são só o nome que a gente dá pra elas. E completou, bem baixinho, pra me consolar: nada disso está realmente acontecendo.</div>
Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-57685652493649546852013-02-17T00:05:00.001-03:002013-02-17T00:05:24.544-03:00The closest we will ever beTinha mil coisas pra escrever mas especificamente naquele dia eu fiquei sem papel. Fiquei tentando memorizar, enquanto via as luzes passando bem lentas, bem bobas, tudo que eu queria estar rabiscando.<br />
<br />
Começaria com um abraço infindável, um sorriso estranhamente familiar, você chorando e eu te abraçando sem nunca querer soltar. Eu falaria da tua cara irresistível de desapontamento. Nós riríamos juntos e choraríamos sem parar.<br />
<br />
Se eu tivesse uma folha de papel - e soubesse desenhar - eu desenharia o quanto eu me sentia confortável em me mexer perto de você. Só isso e tudo isso ao mesmo tempo. O quanto eu poderia parar aquele segundo e como ele parecia insustentavelmente leve - embora completamente sem sentido.<br />
<br />
E como seriam só rabiscos, não precisaria fazer sentido algum mesmo. Embaixo, no cantinho direito da folha - se eu a tivesse - talvez resumisse em 3 palavras a sensação de querer te mostrar tanta coisa incrível mas que não significa nada para você.<br />
<br />
Se eu tivesse uma caneta, desenharia na minha mão aquele seu sorriso bem específico de quem entende muito bem quem eu sou e sente esse misto de orgulho e paixão e acaba sem saber o que pensar.<br />
<br />
Se eu tivesse algum bom senso em vez de papel e de caneta, talvez não fizesse nada disso. E não me surpreendesse ao encontrar os meus sorrisos normalmente tão tímidos gritando aos quatro ventos no lugar mais inesperado.<br />
<br />Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-75480708663971413472013-01-28T22:37:00.000-03:002013-01-28T22:37:10.040-03:00161 dias
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<!--StartFragment-->
<br />
<div class="MsoNormal">
Achei que você já tivesse esquecido, achei que eu já teria
esquecido.</div>
<div class="MsoNormal">
Mas eu contei e foram 161 dias e daquela sensação estranha
de não se conhecer – mas querer muito – não mudou muita coisa. </div>
<div class="MsoNormal">
Numa das 161 vezes em que eu acordei, eu fiz minha primeira
tatuagem. Depois de velha. Remobiliei minha casa depois da minha primeira
separação. Me apaixonei uma, duas, três vezes. Me desapaixonei umas 5.</div>
<div class="MsoNormal">
Descobri que sei fazer muito mais do que me julgava capaz,
profissionalmente. Não aprendi a esperar 24h pra responder os teus e-mails. </div>
<div class="MsoNormal">
Ouvi aquela música do Grizzly Bear umas 39 vezes. E deixei
de ouvir um pouco a minha música preferida.</div>
<div class="MsoNormal">
Deixei de confiar em alguns amigos; que deixaram de ser
amigos. Deixei de confiar em mim mesma. Comecei a fazer terapia, troquei de
terapeuta, aumentei a franquia do meu plano de celular em duas vezes, mas não
comprei um aparelho melhor. Aumentei a velocidade da minha internet. Deixei
minhas contas em dia. Juntei dinheiro. Mas não paguei aquele IPTU de 2010.</div>
<div class="MsoNormal">
Devo ter chorado uns 3 litros, que devem ser os exatos 3 kg
que perdi e ganhei de novo. Comprei o short mais curto que já tive, a saia mais
curta que já tive, comecei a usar mais batom vermelho. E a atrair garotos de 24
anos.</div>
<div class="MsoNormal">
Parei pra pensar o que queria da vida. Mudei de planos umas
27 vezes. Tive medo e achei melhor parar de pensar. Decidi, tive certeza
absoluta, e depois mudei de ideia. Sorri bem mais. Me permiti quase o
suficiente.</div>
<div class="MsoNormal">
Ganhei uma bicicleta, flores, passagens, e percebi que nada
disso importava.</div>
<div class="MsoNormal">
Errei, errei feio, algumas vezes. Paguei por alguns desses
erros. Fiz 28 anos. Voei mais de avião do que gostaria. Vi o Jarvis Cocker de
pertinho cantando e dançando. </div>
<div class="MsoNormal">
Pensei em te escrever 161 vezes.</div>
<!--EndFragment-->Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-57759736422931452132012-11-20T23:45:00.001-03:002012-11-20T23:45:07.579-03:00Oh no, oh my.<br />
Tinha teorizado que um medo genuíno de se apaixonar é um jeito de estar apaixonada.<br />
<br />Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3233671.post-77837491656796279602012-11-14T13:26:00.000-03:002012-11-14T13:27:52.257-03:00Parêntesis da vida moderna<br />
Eu entendo exatamente o que você sente por mim porque eu sinto isso por outra pessoa.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjio4zmlmO7D3kxYvxNPEkCA5LrdSp-Jwk-2u-mmcOTNWJsYJL4YXQur5ZdZHfSV-RoiWLVdadUMDfdL47N-ieOzZ92gPQioKOjuQOm_lS-qkafuB4-G-yPjEjyfbAAFp1OeUIZCQ/s1600/love-actually-to-me-you-are-perfect.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjio4zmlmO7D3kxYvxNPEkCA5LrdSp-Jwk-2u-mmcOTNWJsYJL4YXQur5ZdZHfSV-RoiWLVdadUMDfdL47N-ieOzZ92gPQioKOjuQOm_lS-qkafuB4-G-yPjEjyfbAAFp1OeUIZCQ/s320/love-actually-to-me-you-are-perfect.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />Solhttp://www.blogger.com/profile/00011001270204367971noreply@blogger.com0