naked if i want to
É isso. E agora só falta arrumar as malas, estudar pra prova, receber uma ligação, tomar um café, arrumar todo o resto, escolher alguns CDs, preencher o bilhete de passagem, deixar as malas ali no canto, dormir. E daí eu acordo, vou pra aula, vou mal na prova, volto pra casa, saco dinheiro pro Táxi, peço pro
roommate me desejar 'sorte'. Me despeço. Ligo pro Táxi, pego minhas malas ali no canto, chego na Rodoviária atrasada, e durmo no ônibus, com medo da neblina.
Em Blumenau, sou buscada pela minha melhor amiga, passamos na casa da
Camilla e vamos pra minha casa. E daí... eu já não sei. Ou sei, claro que sei. E não posso esquecer da
Tequila e das canções, obviamente.
Mas agora eu tô cansada desse monitor. Cansada de pensar se páro ou não com o Francês. Cansada de saber que ainda existem "coisas além de todo resto". E eu nunca pensei em exageros,
btw. E eu vou provar isso, eu acho. A parte que diz respeito a mim já está feita. - Ah, não faz sentido? Não, né? :-P
Mas
saudades. De toda aquela realidade doce demais. Porra, muito doce. Muito. Saudades de passar dias lá, saudades dos meus quartos, minha mãe, meu irmão mais novo, minhas cadelas, meu quarto azul, minha melhor cama do mundo, o poço no fundo da minha casa, o porão que precisa ser arrumado, minhas amigas, meus amigos, nossos abraços, nossas festas-de-tanto-tempo-atrás, as ligações que eu recebo, o som alto, a calma de sábado de manhã, o abraço da minha mãe, o fato de minha mãe não gostar dos meus cabelos vermelhos, meu armário cheio de frases, meus brincos que eu esqueci lá, as pessoas da minha rua que me olham estranho, o açougueiro que tem uma queda por mim, os mesmos cobradores de sempre, o preço da passagem de ônibus, os bairros, as conversas (em sua maioria com a minha mãe, sim.), a empregada e seus conselhos afetivo-sexuais, o modo como ela ri das minhas besteiras, meu espelho todo escrito, os bilhetes na parede do meu quarto, a falta de ter o que fazer em Blumenau, a varanda da minha casa, o espelho do banheiro da minha mãe, meus tênis, o café da manhã lá em casa, os almoços lá em casa, lavar louça lá em casa, viver lá em casa. Porra. Quase asfixia. E eu sinto
tanta falta. E eu não teria como explicar. Não teria como provar. Mas eu queria me deitar agora na minha cama, no meu quarto azul e olhar pra fora e ver as folhas das árvores. E eu queria isso pra sempre. Ou pra grande parte dele.
Um mês. Faz mais de um mês.
Faz.
E, objetivamente falando, amanhã vou pra Blumenau. Volto domingo. E vocês sempre sabem onde me encontrar.