Mind the gap.
Mind the gap.
Mind the gap.
Mind the gap.
sexta-feira, março 23, 2007
quarta-feira, março 21, 2007
segunda-feira, março 12, 2007
Corrosão
É uma dessas coisas que não é menor. É "mais pequena" mesmo. E vai se alastrando e se infiltrando nos espacinhos e nos cantos onde não devia caber mais nada, só o mundo inteiro que a gente inventa quando se sente assim.
É uma fagulha corrosiva que um simples respirar fundo apaga. Mas respirar fundo - eu que o diga - às vezes é a coisa mais difícil do mundo.
É dessas coisas óbvias, e tão óbvias, e tão ridículas, e uma merda tão grande, que dá um mal estar gigante. Por algo tão pequeno.
É o preço que se paga.
Ainda não sei o que estou comprando.
É uma dessas coisas que não é menor. É "mais pequena" mesmo. E vai se alastrando e se infiltrando nos espacinhos e nos cantos onde não devia caber mais nada, só o mundo inteiro que a gente inventa quando se sente assim.
É uma fagulha corrosiva que um simples respirar fundo apaga. Mas respirar fundo - eu que o diga - às vezes é a coisa mais difícil do mundo.
É dessas coisas óbvias, e tão óbvias, e tão ridículas, e uma merda tão grande, que dá um mal estar gigante. Por algo tão pequeno.
É o preço que se paga.
Ainda não sei o que estou comprando.
quinta-feira, março 08, 2007
Estrangeira
Eu me lembro que ouvia como uma pessoa normal, sentia como uma pessoa normal e vivia como uma pessoa normal. Um dia, não lembro muito quando tampouco como, eu percebi. Não entendia mais a minha própria língua. Não entendia o que diziam as pessoas ao meu redor, não entendia o que estava escrito nas placas, nos letreiros, nas linhas e nas entrelinhas. Eu parei de entender.
Ouvia os sons indecifráveis e observa os rostos, cheios de mágoa e medo e insegurança e pena e por vezes cheios de algo tão indecifrável quanto aquilo que eu ouvia. Só o ser humano poderia sentir algo assim, uma curiosidade cheia de desejo pra qual não existe palavra. Foi o que eu vi, e nunca conseguiria explicar.
Andava pelas ruas ouvindo o murmúrio silencioso do que não pode ser entendido. Descobri novos rostos, novas expressões, novos sorrisos, novas coisas. Descobri o tempo exato que tudo dura.
Viajei o mundo buscando um lugar onde eu entendesse o que falavam. Não encontrei.
Um dia, aí, não lembro quando tampouco como, eu consegui ouvir o silêncio. É o barulho que faz quando...
Eu me lembro que ouvia como uma pessoa normal, sentia como uma pessoa normal e vivia como uma pessoa normal. Um dia, não lembro muito quando tampouco como, eu percebi. Não entendia mais a minha própria língua. Não entendia o que diziam as pessoas ao meu redor, não entendia o que estava escrito nas placas, nos letreiros, nas linhas e nas entrelinhas. Eu parei de entender.
Ouvia os sons indecifráveis e observa os rostos, cheios de mágoa e medo e insegurança e pena e por vezes cheios de algo tão indecifrável quanto aquilo que eu ouvia. Só o ser humano poderia sentir algo assim, uma curiosidade cheia de desejo pra qual não existe palavra. Foi o que eu vi, e nunca conseguiria explicar.
Andava pelas ruas ouvindo o murmúrio silencioso do que não pode ser entendido. Descobri novos rostos, novas expressões, novos sorrisos, novas coisas. Descobri o tempo exato que tudo dura.
Viajei o mundo buscando um lugar onde eu entendesse o que falavam. Não encontrei.
Um dia, aí, não lembro quando tampouco como, eu consegui ouvir o silêncio. É o barulho que faz quando...
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