A última bolacha do pacote
Sabe, quando eu estava a 547 mil quilômetros de distância, viajando à noite e ouvindo aquela música e olhando as estrelas e não achando toda aquela situação muito brega, talvez eu estivesse pensando em tudo isso.
Talvez estivesse esperando que o tempo não agisse tão perfeitamente bem, a ponto de a gente se perder por segundos.
Quem sabe quisesse voltar no tempo, voltar à pele, voltar àquele instante. E mesmo assim não poder fazer nada a respeito.
(E quando eu voltei a ele, me dei conta de que realmente não havia nada que pudesse ser feito, e nunca haveria.)
Mas era noite, a música era brega e absolutamente nada me lembrava você.
Agora eu me pergunto como eu pude.
Porque eu me prometi tantas vezes que nunca iria te esquecer.
sexta-feira, dezembro 11, 2009
domingo, novembro 15, 2009
domingo, outubro 18, 2009
quinta-feira, outubro 01, 2009
Arma Branca
Há um pouco menos de 6 anos, eu estava sentada em uma rodoviária em uma cidade estranha e via alguém sumir num ônibus que fazia a curva, depois de um começo um meio e um fim em 3 dias.
Com as palavras certas, isso é tempo suficiente pra mudar alguém.
Sem a palavra certa ou a pessoa certa ou o momento certo, uma vida inteira não dá conta.
Há um pouco menos de 6 anos, eu estava sentada em uma rodoviária em uma cidade estranha e via alguém sumir num ônibus que fazia a curva, depois de um começo um meio e um fim em 3 dias.
Com as palavras certas, isso é tempo suficiente pra mudar alguém.
Sem a palavra certa ou a pessoa certa ou o momento certo, uma vida inteira não dá conta.
terça-feira, setembro 01, 2009
domingo, agosto 16, 2009
Peso
Mais de 140 caracteres, mais, bem mais, do que os 61 kg, mais do que o tempo de tocar o cd que eu gravei pra você. Quero parágrafos bem extensos e cheios de sentido que deslizem sobre o teu tempo como o vento desliza sobre o teu cabelo.
Quero todas as luzes acesas, agora, sobre você. Quero o fim desse tempo, o fim desse ritmo, quero que tudo gire, e que depois tudo pare e no meio dessa imensidão e desse clarão que faz arder os meus olhos eu quero que esteja você.
E se isso for pedir demais, eu me contento em dormir e acordar todos os dias ao teu lado, até que se torne o contrário.
Mais de 140 caracteres, mais, bem mais, do que os 61 kg, mais do que o tempo de tocar o cd que eu gravei pra você. Quero parágrafos bem extensos e cheios de sentido que deslizem sobre o teu tempo como o vento desliza sobre o teu cabelo.
Quero todas as luzes acesas, agora, sobre você. Quero o fim desse tempo, o fim desse ritmo, quero que tudo gire, e que depois tudo pare e no meio dessa imensidão e desse clarão que faz arder os meus olhos eu quero que esteja você.
E se isso for pedir demais, eu me contento em dormir e acordar todos os dias ao teu lado, até que se torne o contrário.
domingo, julho 26, 2009
sábado, julho 11, 2009
Bom, acho que é assim que funciona:
Chega um momento em que você se dá conta de que nunca vai ter uma polaroide e nunca vai ser genial porque o limite pra isso é 21 anos.
Chega uma noite em que você olha para as pessoas ao seu redor e parece que tudo que você já fez não importa, tudo é motivo pra largar mão, mudar de cidade e gastar todo seu dinheiro tentando ser algo que nunca será.
Parece que o que importa vai passar rápido demais. E que alguma escolha foi errada, porque não pode ser isso, não assim.
No final, o que quer que aconteça, você estará sozinha e comendo a mesma comida porcaria de quando você era estudante, imaginando se a estupidez humana tem algum limite.
E não tem. É assim que funciona.
Chega um momento em que você se dá conta de que nunca vai ter uma polaroide e nunca vai ser genial porque o limite pra isso é 21 anos.
Chega uma noite em que você olha para as pessoas ao seu redor e parece que tudo que você já fez não importa, tudo é motivo pra largar mão, mudar de cidade e gastar todo seu dinheiro tentando ser algo que nunca será.
Parece que o que importa vai passar rápido demais. E que alguma escolha foi errada, porque não pode ser isso, não assim.
No final, o que quer que aconteça, você estará sozinha e comendo a mesma comida porcaria de quando você era estudante, imaginando se a estupidez humana tem algum limite.
E não tem. É assim que funciona.
sábado, julho 04, 2009
quinta-feira, junho 04, 2009
Instruções de segurança
Pelas vezes que você vai chorar ao perder alguém que ama. Pela planta que não será regada. Pelo gato miando de fome. Pela sua incapacidade de pagar as contas em dia. Pela bebida que te faz mal. Pelas refeições que você não gosta de fazer sozinho. Pelos abraços no frio. Por mim. Por você. Fique comigo sempre.
Pelas vezes que você vai chorar ao perder alguém que ama. Pela planta que não será regada. Pelo gato miando de fome. Pela sua incapacidade de pagar as contas em dia. Pela bebida que te faz mal. Pelas refeições que você não gosta de fazer sozinho. Pelos abraços no frio. Por mim. Por você. Fique comigo sempre.
quinta-feira, maio 28, 2009
terça-feira, abril 28, 2009
Se eu escrevesse este texto para alguém, seria para você.
Se eu ficasse doente e não quisesse que ninguém me visse, você seria a exceção. Eu sorriria ao ver teus sapatos aparecendo na porta entreaberta. Você choraria, talvez. Eu sorriria. Por você.
Se você calçasse o mesmo número que eu, eu deixaria meus sapatos pra você. Mesmo que você não os usasse. Eu te emprestaria minha blusa preferida e se você queimasse ela com cigarro, não teria problema. Nem se deixasse cair tinta de cabelo.
Eu contaria, em segredo, no teu ouvido, que é aquele meu livro preferido. E choraria lendo um conto. Dançaria uma música brega.
Mas com você eu não preciso dessa regra. De nenhuma. Nem de celebrações, nem de discussões.
Se eu te tivesse por perto, por longe, ou só por um minuto, eu diria que tudo isso é pra você.
Se eu ficasse doente e não quisesse que ninguém me visse, você seria a exceção. Eu sorriria ao ver teus sapatos aparecendo na porta entreaberta. Você choraria, talvez. Eu sorriria. Por você.
Se você calçasse o mesmo número que eu, eu deixaria meus sapatos pra você. Mesmo que você não os usasse. Eu te emprestaria minha blusa preferida e se você queimasse ela com cigarro, não teria problema. Nem se deixasse cair tinta de cabelo.
Eu contaria, em segredo, no teu ouvido, que é aquele meu livro preferido. E choraria lendo um conto. Dançaria uma música brega.
Mas com você eu não preciso dessa regra. De nenhuma. Nem de celebrações, nem de discussões.
Se eu te tivesse por perto, por longe, ou só por um minuto, eu diria que tudo isso é pra você.
sábado, abril 25, 2009
Life Story
by Tennessee Williams
After you've been to bed together for the first time,
without the advantage or disadvantage of any prior acquaintance,
the other party very often says to you,
Tell me about yourself, I want to know all about you,
what's your story? And you think maybe they really and truly do
sincerely want to know your life story, and so you light up
a cigarette and begin to tell it to them, the two of you
lying together in completely relaxed positions
like a pair of rag dolls a bored child dropped on a bed.
You tell them your story, or as much of your story
as time or a fair degree of prudence allows, and they say,
Oh, oh, oh, oh, oh,
each time a little more faintly, until the oh
is just an audible breath, and then of course
there's some interruption. Slow room service comes up
with a bowl of melting ice cubes, or one of you rises to pee
and gaze at himself with mild astonishment in the bathroom mirror.
And then, the first thing you know, before you've had time
to pick up where you left off with your enthralling life story,
they're telling you their life story, exactly as they'd intended to all
along,
and you're saying, Oh, oh, oh, oh, oh,
each time a little more faintly, the vowel at last becoming
no more than an audible sigh,
as the elevator, halfway down the corridor and a turn to the left,
draws one last, long, deep breath of exhaustion
and stops breathing forever. Then?
Well, one of you falls asleep
and the other one does likewise with a lighted cigarette in his mouth,
and that's how people burn to death in hotel rooms.
by Tennessee Williams
After you've been to bed together for the first time,
without the advantage or disadvantage of any prior acquaintance,
the other party very often says to you,
Tell me about yourself, I want to know all about you,
what's your story? And you think maybe they really and truly do
sincerely want to know your life story, and so you light up
a cigarette and begin to tell it to them, the two of you
lying together in completely relaxed positions
like a pair of rag dolls a bored child dropped on a bed.
You tell them your story, or as much of your story
as time or a fair degree of prudence allows, and they say,
Oh, oh, oh, oh, oh,
each time a little more faintly, until the oh
is just an audible breath, and then of course
there's some interruption. Slow room service comes up
with a bowl of melting ice cubes, or one of you rises to pee
and gaze at himself with mild astonishment in the bathroom mirror.
And then, the first thing you know, before you've had time
to pick up where you left off with your enthralling life story,
they're telling you their life story, exactly as they'd intended to all
along,
and you're saying, Oh, oh, oh, oh, oh,
each time a little more faintly, the vowel at last becoming
no more than an audible sigh,
as the elevator, halfway down the corridor and a turn to the left,
draws one last, long, deep breath of exhaustion
and stops breathing forever. Then?
Well, one of you falls asleep
and the other one does likewise with a lighted cigarette in his mouth,
and that's how people burn to death in hotel rooms.
domingo, abril 19, 2009
Calm go the wild seas
Relacionamentos nascem de lugares estranhos. Nascem de uma pergunta sobre a altura da pessoa, de um sorriso, de uma cor de cabelo, de uma camiseta de banda, de um platonismo bobo, de erros. Às vezes até nascem com calma, nascem de um "é isso", ou só de vontade de sorrir um pouco. Mas isso a gente esquece em pouco tempo.
Os lugares pelos quais eles transitam a gente também esquece. O quinto beijo; a segunda viagem; quando ele parou de abrir a porta do carro pra você; a primeira reconciliação depois da primeira briga.
Do que foi, a gente lembra só o fim.
De mim e você, somos nós dois, sentados em uma mesa de restaurante num domingo à noite. Eu nunca me decido pela comida e nunca lembro das conversas. Mas sei do cheiro - de ainda começo - que eu senti pela manhã.
Relacionamentos nascem de lugares estranhos. Nascem de uma pergunta sobre a altura da pessoa, de um sorriso, de uma cor de cabelo, de uma camiseta de banda, de um platonismo bobo, de erros. Às vezes até nascem com calma, nascem de um "é isso", ou só de vontade de sorrir um pouco. Mas isso a gente esquece em pouco tempo.
Os lugares pelos quais eles transitam a gente também esquece. O quinto beijo; a segunda viagem; quando ele parou de abrir a porta do carro pra você; a primeira reconciliação depois da primeira briga.
Do que foi, a gente lembra só o fim.
De mim e você, somos nós dois, sentados em uma mesa de restaurante num domingo à noite. Eu nunca me decido pela comida e nunca lembro das conversas. Mas sei do cheiro - de ainda começo - que eu senti pela manhã.
sexta-feira, abril 03, 2009
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
sábado, janeiro 31, 2009
Apesar de eu não acreditar.
Apesar desse mau humor esporádico.
Apesar de toda essa insegurança, que eu só mostro pra você.
Apesar dos meus passos errados, tantos, em tantas direções e com tanta certeza.
Apesar da teimosia, da incerteza, apesar de não desligar o gás do fogão.
Apesar disso, e de tudo isso.
Ou só o pesar disso tudo.
Apesar desse mau humor esporádico.
Apesar de toda essa insegurança, que eu só mostro pra você.
Apesar dos meus passos errados, tantos, em tantas direções e com tanta certeza.
Apesar da teimosia, da incerteza, apesar de não desligar o gás do fogão.
Apesar disso, e de tudo isso.
Ou só o pesar disso tudo.
sexta-feira, janeiro 16, 2009
Prioridades
24 anos, 4 meses e 1 dia depois, a idéia continua a mesma.
Com o tempo a gente aprende a executar isso melhor. Aprende a ser a pessoa certa.
Aprende a medir as palavras, mas deixar livre o que sente.
Aprende a julgar mais do que gostaria. E se decepcionar mais do que é possível. (Tem gente que sempre se esforça mais um pouco pra fazer a coisa errada).
Com o tempo a gente entende que tem escolhas, muitas, e tudo bem, mas algumas são escolhas sem sentido. (Ou com sentido, mas sem valor algum).
Por sorte, mesmo aprendendo, a idéia continua a mesma. O lance é sobreviver. Acordar. Respirar.
Em alguns dias, é mais fácil do que nos outros.
24 anos, 4 meses e 1 dia depois, a idéia continua a mesma.
Com o tempo a gente aprende a executar isso melhor. Aprende a ser a pessoa certa.
Aprende a medir as palavras, mas deixar livre o que sente.
Aprende a julgar mais do que gostaria. E se decepcionar mais do que é possível. (Tem gente que sempre se esforça mais um pouco pra fazer a coisa errada).
Com o tempo a gente entende que tem escolhas, muitas, e tudo bem, mas algumas são escolhas sem sentido. (Ou com sentido, mas sem valor algum).
Por sorte, mesmo aprendendo, a idéia continua a mesma. O lance é sobreviver. Acordar. Respirar.
Em alguns dias, é mais fácil do que nos outros.
segunda-feira, janeiro 12, 2009
Assinar:
Postagens (Atom)