Just need some time with you in 1922.
Alguém que não tenha tido o grande amor de sua vida. Alguém que não tenha sido traído. Alguém que não tenha sido magoado, e não tenha ressalvas. Um passado que não exista. Que não ronde. Nenhuma vingança. Nenhum medo. Uma pessoa pra toda uma vida ou eu absolutamente nasci na época errada.
quarta-feira, dezembro 15, 2010
domingo, dezembro 05, 2010
quinta-feira, outubro 07, 2010
Medindo
O tamanho do buraco onde era pra ser a janela de uma casa que nunca vai existir. O silêncio no telefone. O vazio de quinze metros quadrados entre dois corpos que não dormem abraçados em uma cama de casal. A vaga de estacionamento na frente do meu prédio que parece que fica o tempo inteiro vaga quando você não está aqui. Quando uma mão solta a outra. Quando você sobe a escada na minha frente. Quando todas as luzes da casa estão acesas, mas em todos os cômodos sou só eu. A distância entre estar junto e não estar. O medo de que alguma insegurança vire alguma verdade e vire mais alguma coisa pra se chorar a respeito, e todo mundo está tão cheio disso. Quando no bar sempre há uma história triste pra contar e todo o resto é só dúvida. Às vezes, não sei por quê, consigo medir como se fosse uma linha.
O tamanho do buraco onde era pra ser a janela de uma casa que nunca vai existir. O silêncio no telefone. O vazio de quinze metros quadrados entre dois corpos que não dormem abraçados em uma cama de casal. A vaga de estacionamento na frente do meu prédio que parece que fica o tempo inteiro vaga quando você não está aqui. Quando uma mão solta a outra. Quando você sobe a escada na minha frente. Quando todas as luzes da casa estão acesas, mas em todos os cômodos sou só eu. A distância entre estar junto e não estar. O medo de que alguma insegurança vire alguma verdade e vire mais alguma coisa pra se chorar a respeito, e todo mundo está tão cheio disso. Quando no bar sempre há uma história triste pra contar e todo o resto é só dúvida. Às vezes, não sei por quê, consigo medir como se fosse uma linha.
terça-feira, setembro 21, 2010
quarta-feira, setembro 15, 2010
segunda-feira, agosto 09, 2010
terça-feira, agosto 03, 2010
quinta-feira, junho 24, 2010
Zebra
Existe um sorriso único, assim, de quem tem um dardo só nas mãos, nunca atirou na vida, mas quando joga, acerta bem no alvo e desbanca o campeão.
Um sorriso de dentes e língua e orgulho. De tranças e boné virado. Um sorriso desses eu até guardo pra você. Mas todo o resto talvez fique pra outro dia.
Existe um sorriso único, assim, de quem tem um dardo só nas mãos, nunca atirou na vida, mas quando joga, acerta bem no alvo e desbanca o campeão.
Um sorriso de dentes e língua e orgulho. De tranças e boné virado. Um sorriso desses eu até guardo pra você. Mas todo o resto talvez fique pra outro dia.
domingo, junho 20, 2010
Conta-gotas de tempo
Às vezes eu prefiro acreditar que as coisas que eu busco são somente uma mania ocidental sem sentido. E que as vezes que as encontro são frutos somente da impressão errada de mundo que eu tirei de algum filme. E que foi a miséria que veio depois da música pop.
:: Jónsi - Tornado
Às vezes eu prefiro acreditar que as coisas que eu busco são somente uma mania ocidental sem sentido. E que as vezes que as encontro são frutos somente da impressão errada de mundo que eu tirei de algum filme. E que foi a miséria que veio depois da música pop.
:: Jónsi - Tornado
quinta-feira, junho 10, 2010
terça-feira, junho 01, 2010
O gato que subiu no telhado
Saber exatamente onde você está agora; conseguir calcular o meio termo exato entre me entregar e cuidar de mim (sabendo que só eu posso fazer isso); o grau de confiança que lhe permita mudar sua vida por alguém; a maior distância entre dois pontos percorrida no menor intervalo de tempo; rir das mesmas piadas - ou só entendê-las: ou só sorrir. Achar que a sua música preferida é curta demais.
Preferir os amigos, os domingos, o sangue correndo silencioso; juntar aquele monte de música triste de um jeito que signifique ao menos esperança.
O amor agora é isso, ou tudo que eu aprendi até agora me prova: a vida não é nada disso que parece ser.
Saber exatamente onde você está agora; conseguir calcular o meio termo exato entre me entregar e cuidar de mim (sabendo que só eu posso fazer isso); o grau de confiança que lhe permita mudar sua vida por alguém; a maior distância entre dois pontos percorrida no menor intervalo de tempo; rir das mesmas piadas - ou só entendê-las: ou só sorrir. Achar que a sua música preferida é curta demais.
Preferir os amigos, os domingos, o sangue correndo silencioso; juntar aquele monte de música triste de um jeito que signifique ao menos esperança.
O amor agora é isso, ou tudo que eu aprendi até agora me prova: a vida não é nada disso que parece ser.
quinta-feira, maio 27, 2010
terça-feira, maio 11, 2010
segunda-feira, maio 10, 2010
quinta-feira, maio 06, 2010
segunda-feira, maio 03, 2010
O barulho do gato
Falou a verdade: que os dedos passeavam lentos sobre o teclado surrado, os fones de ouvido na cabeça e os olhos por cima do monitor, talvez uma olhada pro lado e ele lançava um sorriso besta.
Ela ria de volta. A pouca idade, o sono atrasado, o cabelo ruim. Um salário bem mínimo gasto de forma imprudente porém sincera.
Ela começava um namoro novo e ele começava uma vida nova em outro lugar, sonhando ainda com um passado. (Um tipo desse que a gente insiste que é pra toda a vida, aquele sempre suspirar e sempre comparar e sempre achar que é aquilo sim a coisa real, a coisa toda.)
Ela percebeu mas não se apaixonou pelas onomatopéias e pelo andar meio sem jeito e pelo sorriso mortal. Ele não se apaixonou porque, você sabe, é isso que normalmente acontece.
Mas agora, depois de tanto tempo, ela nua às 5h da manhã, o cabelo bagunçado, a maquiagem borrada, as coxas brancas prendendo a perna dele e tanta coisa na cabeça, vai saber. Pareceu um risco que alguém esqueceu de evitar.
Falou a verdade: que os dedos passeavam lentos sobre o teclado surrado, os fones de ouvido na cabeça e os olhos por cima do monitor, talvez uma olhada pro lado e ele lançava um sorriso besta.
Ela ria de volta. A pouca idade, o sono atrasado, o cabelo ruim. Um salário bem mínimo gasto de forma imprudente porém sincera.
Ela começava um namoro novo e ele começava uma vida nova em outro lugar, sonhando ainda com um passado. (Um tipo desse que a gente insiste que é pra toda a vida, aquele sempre suspirar e sempre comparar e sempre achar que é aquilo sim a coisa real, a coisa toda.)
Ela percebeu mas não se apaixonou pelas onomatopéias e pelo andar meio sem jeito e pelo sorriso mortal. Ele não se apaixonou porque, você sabe, é isso que normalmente acontece.
Mas agora, depois de tanto tempo, ela nua às 5h da manhã, o cabelo bagunçado, a maquiagem borrada, as coxas brancas prendendo a perna dele e tanta coisa na cabeça, vai saber. Pareceu um risco que alguém esqueceu de evitar.
sexta-feira, abril 30, 2010
segunda-feira, abril 26, 2010
Pés no chão
Nunca fui objetiva, me acostumei com as entrelinhas. Elas sempre costumaram me aliviar de qualquer coisa, sem que eu precisasse me justificar pra alguém, sem responder perguntas, do jeito que aprendi desde pequena: minding my own business.
Ainda não desisti da subjetividade, e voltarei a ela na próxima oportunidade. Mas só por essa noite pensei em dizer de outro jeito.
Comentei há alguns dias com uma amiga que ultimamente me sinto em um consultório de psicólogo quase o tempo todo. Não só pela verborragia sem fim. Mas por pensar, falar, concluir, confundir, presumir.
Acho que estamos tão cansados, que talvez isso tenha nos restado entre o medo de um próximo passo e a inércia.
A gente fala sobre os nomes, a troca de olhares, o passado que esqueceu, o que ainda atormenta, falamos sobre as bebidas, os livros, as canções e toda nossa genialidade. O difícil mesmo é ir além disso. Difícil é vencer todas as memórias e conselhos que esterilizam os abraços e os beijos e garantem o pé que sempre está lá atrás porque, você sabe, pode acontecer tudo de novo.
Conversamos e sacamos tanto tudo isso que agora eu penso bem e concluo, mais uma vez, ser melhor recuar. Mas quando foi, mesmo, que era pra pensar a respeito?
E quando é que, pensando, alguém vai escolher entrar nessa? Quem vai optar por passar a noite em uma pista cheia de luzes nervosas e adolescentes presunçosos pra no final ter quem abrace e pergunte: ‘o que você quer fazer agora?’ Quem será insano a ponto de citar de novo todas aquelas bandas, gravar um disco, convencer a menina de que ela é a garota mais linda daquele lugar? Quem vai conhecer família, esquecer quem é, dormir fora de casa e ter somente uma escova de dentes em outro bairro da cidade? Quem vai deixar que alguém conheça cada milímetro seu pra depois decidir mudar de cidade, estado, país?
Paro e penso: eu não.
Mas quem vai fazer o trabalho sujo, abrir mão de tudo que aprendeu e conquistou, ouvir mil vezes a mesma música, falar em alto e bom som, abrir o peito e deixar o golpe entrar? Quem é que tá afim de mostrar alguma vulnerabilidade em troca de uma companhia que faça sorrir uma vez por semana?
Duvido que você o faça.
Duvido que alguém com o mínimo de sanidade o faça.
Nunca fui objetiva, me acostumei com as entrelinhas. Elas sempre costumaram me aliviar de qualquer coisa, sem que eu precisasse me justificar pra alguém, sem responder perguntas, do jeito que aprendi desde pequena: minding my own business.
Ainda não desisti da subjetividade, e voltarei a ela na próxima oportunidade. Mas só por essa noite pensei em dizer de outro jeito.
Comentei há alguns dias com uma amiga que ultimamente me sinto em um consultório de psicólogo quase o tempo todo. Não só pela verborragia sem fim. Mas por pensar, falar, concluir, confundir, presumir.
Acho que estamos tão cansados, que talvez isso tenha nos restado entre o medo de um próximo passo e a inércia.
A gente fala sobre os nomes, a troca de olhares, o passado que esqueceu, o que ainda atormenta, falamos sobre as bebidas, os livros, as canções e toda nossa genialidade. O difícil mesmo é ir além disso. Difícil é vencer todas as memórias e conselhos que esterilizam os abraços e os beijos e garantem o pé que sempre está lá atrás porque, você sabe, pode acontecer tudo de novo.
Conversamos e sacamos tanto tudo isso que agora eu penso bem e concluo, mais uma vez, ser melhor recuar. Mas quando foi, mesmo, que era pra pensar a respeito?
E quando é que, pensando, alguém vai escolher entrar nessa? Quem vai optar por passar a noite em uma pista cheia de luzes nervosas e adolescentes presunçosos pra no final ter quem abrace e pergunte: ‘o que você quer fazer agora?’ Quem será insano a ponto de citar de novo todas aquelas bandas, gravar um disco, convencer a menina de que ela é a garota mais linda daquele lugar? Quem vai conhecer família, esquecer quem é, dormir fora de casa e ter somente uma escova de dentes em outro bairro da cidade? Quem vai deixar que alguém conheça cada milímetro seu pra depois decidir mudar de cidade, estado, país?
Paro e penso: eu não.
Mas quem vai fazer o trabalho sujo, abrir mão de tudo que aprendeu e conquistou, ouvir mil vezes a mesma música, falar em alto e bom som, abrir o peito e deixar o golpe entrar? Quem é que tá afim de mostrar alguma vulnerabilidade em troca de uma companhia que faça sorrir uma vez por semana?
Duvido que você o faça.
Duvido que alguém com o mínimo de sanidade o faça.
domingo, abril 25, 2010
sábado, abril 24, 2010
segunda-feira, abril 19, 2010
quarta-feira, abril 14, 2010
Sense.
O cara que pede 6 sachês de ketchup. As capas das revistas femininas. Desenhos feitos em areia dentro de uma lâmpada. O travesti que me olha estranho. Resto de sangue no chão. Todas as músicas do The National. A mensagem, as mensagens. O homem que morreu atropelado. O coração pintado no CD. Gente me enrolando. Nove mil reais. Aviões no céu azul. Na tempestade. Caindo em cima das casas. A vizinha que toca piano. As plantas das quais eu não lembro o nome. As pessoas das quais eu não lembro o nome. Tudo escrito errado. Novecentos reais. O gato que me olha preguiçoso do sofá. Deitar com o cabelo molhado e não ter certeza de conseguir levantar. I feel it all.
O cara que pede 6 sachês de ketchup. As capas das revistas femininas. Desenhos feitos em areia dentro de uma lâmpada. O travesti que me olha estranho. Resto de sangue no chão. Todas as músicas do The National. A mensagem, as mensagens. O homem que morreu atropelado. O coração pintado no CD. Gente me enrolando. Nove mil reais. Aviões no céu azul. Na tempestade. Caindo em cima das casas. A vizinha que toca piano. As plantas das quais eu não lembro o nome. As pessoas das quais eu não lembro o nome. Tudo escrito errado. Novecentos reais. O gato que me olha preguiçoso do sofá. Deitar com o cabelo molhado e não ter certeza de conseguir levantar. I feel it all.
domingo, abril 11, 2010
Passos
Não deve ser por nada, mesmo, que sento com você em algum café do lado feio da cidade, só pra concordar que estamos todos na mesma merda.
Você está quando caminha pro lado errado e não vai atrás daquela que deveria, quando começa algo só pra saber que não é isso que você quer, quando somente vive depois que desistiu de buscar qualquer coisa, quando ainda espera que algo lá no passado, já morto, seja a melhor opção pra pensar a respeito.
Eu erro em interpretar errado as fagulhas, as dos outros e as minhas próprias, e em não me fazer clara por simplesmente não saber (ou por medo de sacar a coisa toda).
Mas temos um ao outro, os piores conselhos do mundo, as conversas sem sentido, as comidas quentes aos domingos e os vinhos brancos e tintos quando necessários. Temos o apoio incondicional e toda liberdade pra deitar abraçar e chorar em um ombro amigo nas noites em que a ausência for maior do que a embriaguez. Mas preferimos não chorar.
Temos nossos passos, lado a lado, um tanto trançados.
As músicas tristes. As justas, e aquelas palhaçadas todas. As piadas, os sorrisos e eu me tenho sozinha, vezemquando, pensando se faz sentido querer sair daqui.
Someone somewhere says they've got it all
But that's not even what we want
Not even close.
Não deve ser por nada, mesmo, que sento com você em algum café do lado feio da cidade, só pra concordar que estamos todos na mesma merda.
Você está quando caminha pro lado errado e não vai atrás daquela que deveria, quando começa algo só pra saber que não é isso que você quer, quando somente vive depois que desistiu de buscar qualquer coisa, quando ainda espera que algo lá no passado, já morto, seja a melhor opção pra pensar a respeito.
Eu erro em interpretar errado as fagulhas, as dos outros e as minhas próprias, e em não me fazer clara por simplesmente não saber (ou por medo de sacar a coisa toda).
Mas temos um ao outro, os piores conselhos do mundo, as conversas sem sentido, as comidas quentes aos domingos e os vinhos brancos e tintos quando necessários. Temos o apoio incondicional e toda liberdade pra deitar abraçar e chorar em um ombro amigo nas noites em que a ausência for maior do que a embriaguez. Mas preferimos não chorar.
Temos nossos passos, lado a lado, um tanto trançados.
As músicas tristes. As justas, e aquelas palhaçadas todas. As piadas, os sorrisos e eu me tenho sozinha, vezemquando, pensando se faz sentido querer sair daqui.
Someone somewhere says they've got it all
But that's not even what we want
Not even close.
sexta-feira, abril 09, 2010
"Passou devagar os dedos sobre os pêlos crespos do peito dele. Se houvesse mais luz, agora poderia ver os pêlos se adensando grisalhos em direção ao umbigo, e quem sabe até mesmo sentir então o que sentia sempre: aquela espécie de piedade comovida, semelhante a algo que tinham dito, certa vez, chamar-se carinho, ternura, amor ou qualquer outra coisa dessas. Mas no escuro, apenas sentindo os pêlos macios e frágeis cedendo sob a pressão das pontas de seus dedos, assim, agora: não sentia nada. Uma secura como a do cigarro que tragou novamente, queimando com raiva a garganta. Tossiu."
Escrever serve para tudo aquilo que você não quer.
Eu falei a verdade pra mim, só pra mim, em silêncio, e mesmo assim já foi de doer.
Escrevi em um pedaço de papel, que deixei derreter em um copo de água da torneira.
Acho que leva algum tempo pra separar a imaginação da realidade; e a tralha desimportante e sem rosto de cada dia daquilo que é tão (in)certo que dói. Eu ainda estou esperando.
Eu falei a verdade pra mim, só pra mim, em silêncio, e mesmo assim já foi de doer.
Escrevi em um pedaço de papel, que deixei derreter em um copo de água da torneira.
Acho que leva algum tempo pra separar a imaginação da realidade; e a tralha desimportante e sem rosto de cada dia daquilo que é tão (in)certo que dói. Eu ainda estou esperando.
quinta-feira, abril 08, 2010
segunda-feira, abril 05, 2010
domingo, abril 04, 2010
quinta-feira, abril 01, 2010
sábado, março 27, 2010
Nothing
Sairia correndo pelas escadarias. Deixaria a porta aberta. Os portões escancarados. Não ouviria as músicas com as quais elas dançam. Não veria as luzes piscando nervosas. A cerveja não estaria gelada. (Você ri). Dormiria agora. Acordaria logo mais.
Procuraria a esquina que não fica na sombra. Sentaria no meio fio, a luz branca. Fraca. Não haveria elevadores e você nunca mais conseguiria chegar em casa. A vista do terceiro, do quinto, do décimo sexto, do vigésimo quarto andar, seria quase tudo igual. Talvez desistisse dos números, da numeração, dos anos. Os banhos seriam gelados sempre.
Não recarregaria o celular. Não chegaria em casa. Não escreveria. Não trabalharia. Não precisaria. Não pensaria.
E se apagasse tudo agora, mesmo?
Sairia correndo pelas escadarias. Deixaria a porta aberta. Os portões escancarados. Não ouviria as músicas com as quais elas dançam. Não veria as luzes piscando nervosas. A cerveja não estaria gelada. (Você ri). Dormiria agora. Acordaria logo mais.
Procuraria a esquina que não fica na sombra. Sentaria no meio fio, a luz branca. Fraca. Não haveria elevadores e você nunca mais conseguiria chegar em casa. A vista do terceiro, do quinto, do décimo sexto, do vigésimo quarto andar, seria quase tudo igual. Talvez desistisse dos números, da numeração, dos anos. Os banhos seriam gelados sempre.
Não recarregaria o celular. Não chegaria em casa. Não escreveria. Não trabalharia. Não precisaria. Não pensaria.
E se apagasse tudo agora, mesmo?
terça-feira, março 23, 2010
Nota
Veio no seu andar meio torto que pensa perfeito como pensa cada um de seus passos. Seu sorriso geométrico. Seus olhos sem astigmatismomiopiahipermetropia e estrabismo algum. E sem preocupação aparente, sem cor, sem sentir nada que lhe fuja ao controle.
Veio no seu andar meio torto meio feio meiosuma da minha vida agora e não volte nunca mais eu te odeio.
Veio meio torto.
Ela riu desajeitada meio com ódio um pouco com preguiça outro tanto olhando ele da cabeça aos pés pensando como alguém tão torto pode calcular preciso cada passo.
Ela respirou fundo, os pulmões inflados, simétricos, pra falar, e a voz tão correta não saiu. Os olhos negros, médios, incontidos, piscaram nervosos.
Ele sorriu. Ela viu que lhe faltava um dente canino.
Veio no seu andar meio torto que pensa perfeito como pensa cada um de seus passos. Seu sorriso geométrico. Seus olhos sem astigmatismomiopiahipermetropia e estrabismo algum. E sem preocupação aparente, sem cor, sem sentir nada que lhe fuja ao controle.
Veio no seu andar meio torto meio feio meio
Veio meio torto.
Ela riu desajeitada meio com ódio um pouco com preguiça outro tanto olhando ele da cabeça aos pés pensando como alguém tão torto pode calcular preciso cada passo.
Ela respirou fundo, os pulmões inflados, simétricos, pra falar, e a voz tão correta não saiu. Os olhos negros, médios, incontidos, piscaram nervosos.
Ele sorriu. Ela viu que lhe faltava um dente canino.
domingo, março 21, 2010
domingo, março 14, 2010
sexta-feira, março 12, 2010
single.
GEORGE V.O.
A few times in my life Iʼve had
moments of absolute clarity.
moments of absolute clarity.
George walks back into the study and stands over Kenny and smiles.
GEORGE V.O. (CONTʼD)
When for a few brief seconds the
silence drowns out the noise and I can feel rather than think...
silence drowns out the noise and I can feel rather than think...
George goes to the desk, gathers the note to Charley and one of the other letters.
GEORGE V.O. (CONTʼD)
And things seem so sharp and the
world seems so fresh.
world seems so fresh.
He turns out the lamp and quietly closes the double doors to the study leaving Kenny asleep on the sofa.
INT. GEORGEʼS HOUSE - LIVING ROOM. NIGHT -- CONTINUOUS
George slips down the hall to the living room which is still illuminated by the embers of the dying fire. He throws the letters into the fireplace and watches them flare up.
He puts his hands in the pockets of his robe and lets out a deep sigh.
GEORGE V.O.
I can never make these moments
last. I cling to them, but like everything they fade.
last. I cling to them, but like everything they fade.
The golden light from the fire rakes across Georgeʼs face as he beams.
INT. GEORGEʼS BEDROOM NIGHT 1962 -- MOMENTS LATER.
George sits on the edge of his bed. He is ecstatic.
GEORGE V.O.
I have lived my life on these
moments.
moments.
FLASHBACK OF GEORGE AND CHARLEY DOING THE TWIST EARLIER IN THE EVENING.
INT. GEORGEʼS BEDROOM NIGHT 1962--CONTINUOUS.
GEORGE V.O.
They pull me back to the present
George is sitting on his bed reveling in his new found peace.
GEORGE V.O. (CONTʼD)
and I realize that everything is
exactly the way it was meant to be.
exactly the way it was meant to be.
domingo, março 07, 2010
Se vê apaixonada por uma sensação. As paixões por pessoas, embora mais facilmente encontradas, nunca deram muito certo.
Coleciona listas, ideais, caminhadas noturnas, sol que aparece entre as nuvens em um domingo chuvoso.
Uma descoberta feita aos 16. Um CD por 5 reais. Aquela foto que saiu bonita.
Poder rir de alguém com sinceridade. Deixar a mágoa de lado, por opção, de verdade.
Agradecer em silêncio. Se preparar para quando a cortina abrir.
Coleciona listas, ideais, caminhadas noturnas, sol que aparece entre as nuvens em um domingo chuvoso.
Uma descoberta feita aos 16. Um CD por 5 reais. Aquela foto que saiu bonita.
Poder rir de alguém com sinceridade. Deixar a mágoa de lado, por opção, de verdade.
Agradecer em silêncio. Se preparar para quando a cortina abrir.
Used to be
Acordo sem fome, isso nunca acontece. Depois de ter dormido bem e bastante, e isso é muito raro.
Tiro do shuffle, porque só hoje, agora, eu sei exatamente o que eu quero. Mas pode não ser verdade.
Dia de sol, sem frio no pé, a música no volume certo, um bom café.
Essa é minha única opção.
E pode ser a opção errada.
Acordo sem fome, isso nunca acontece. Depois de ter dormido bem e bastante, e isso é muito raro.
Tiro do shuffle, porque só hoje, agora, eu sei exatamente o que eu quero. Mas pode não ser verdade.
Dia de sol, sem frio no pé, a música no volume certo, um bom café.
Essa é minha única opção.
E pode ser a opção errada.
terça-feira, março 02, 2010
sábado, fevereiro 27, 2010
quarta-feira, fevereiro 24, 2010
Ficção n. 37
Um casal desses recém-nascidos caminhava pela rua. Ela ameaçou, rindo besta:
- Acho que vamos encontrar minha mãe.
- Ah é? - Responde com um sorriso calmo.
- Ela trabalha por aqui, sai nesse horário.
Ele beija ela na cabeça. Olha por cima dela pra todos os lados procurando pelo ameaçador desconhecido.
Ela não percebe nada, enquanto abraça ele pela barriga.
Um casal desses recém-nascidos caminhava pela rua. Ela ameaçou, rindo besta:
- Acho que vamos encontrar minha mãe.
- Ah é? - Responde com um sorriso calmo.
- Ela trabalha por aqui, sai nesse horário.
Ele beija ela na cabeça. Olha por cima dela pra todos os lados procurando pelo ameaçador desconhecido.
Ela não percebe nada, enquanto abraça ele pela barriga.
domingo, fevereiro 21, 2010
Everything in its right place
Estava com muita coisa certa e muita coisa errada na cabeça e uma dessas coisas era esse trecho, do livro do Efraim Medina Reyes:
"A gente se mete a escrever porque não sabe lutar boxe nem tem colhões para isso, porque tem os dentes tortos e não pode sorrir como gostaria, porque para os impotentes de todo tipo não há outro caminho, porque todos os feios escrevem ou assassinam e a gente não é capaz de matar nem uma mosca, porque escrever dá importância, porque para chamarem alguém de escritor não é preciso escrever bem, mas para chamarem de filho-da-puta não importa se sua mãe é uma santa, porque tem medo de ficar à deriva sem fazer nada, porque não pode beber toda noite, porque ama a Deus mas odeia as sociedades sem fins lucrativos, porque não tem namorada, porque não há emoções mas insultos, porque na sua casa não tem televisão e o rádio quebrou, porque a mulher do vizinho é gostosa, porque tem medo de ficar careca e por isso evita os espelhos. A gente se mete a escrever porque não se atreve a assaltar um supermercado, porque ama a mulher e ela é namorada do garoto esperto da rua, porque não há revistas pornográficas suficientes, porque quer fazer alguma coisa além de cagar e se masturbar, porque não é o garoto esperto da rua nem o garoto forte nem o engraçado, porque é o garoto nada, porque não vale um tostão furado, porque apanha lá fora, porque sua mãe grita o tempo todo, porque não há ilusões nem luz no fim do túnel, porque sua mãe grita o tempo todo, porque sua mente voa baixo e nunca será outro Cioran, porque não tem coragem para saltar, porque não quer a esposa feia que merece, porque tem medo de morrer sem ter comido um belo cuzinho, porque não tem pai, amigos, nem fortuna, porque não tem o jeito de cuspir do Clint Eastwood, porque se paralisa entre uma e outra intenção, porque era uma vez o amor mas eu tive que matá-lo.
O bom é que escrever não serve para nada daquilo que a gente quer. Escrever é um limite, uma dor, um defeito a mais. O bom é que depois de escrever a gente se sente péssimo. Nada mudou, tudo continua no seu lugar (menos você, maldito cabelo), Pelé não volta para o campo. O ruim é que você escreve e o Pambelé cai na lona espancado por um gringo, um maldito gringo que esteve preso por bater na mãe. O ruim é que Pambelé não é a mãe do gringo e – por mais que você escreva – continua caído. O bom é que você escreve e continua sonhando com a mulher do vizinho, sonha que a agarra pelas orelhas e crava-lhe a rola. O ruim é que escrever não cura seus desejos assassinos, que assaltar um supermercado continua sendo o seu objetivo impossível. O ruim é que ainda deseja um amor inesquecível. O bom é que escrever é outra forma de cagar e se masturbar. O ruim é que você lê os grandes autores mas só Bukowski lhe diz alguma coisa. O ruim é que um dia a garota bonita toma conhecimento que você escreve e não deixa que lhe meta fundo, até o outro lado da morte. O ruim é que escrever serve para tudo aquilo que você não quer."
Opa, desculpa a grosseria.
Estava com muita coisa certa e muita coisa errada na cabeça e uma dessas coisas era esse trecho, do livro do Efraim Medina Reyes:
"A gente se mete a escrever porque não sabe lutar boxe nem tem colhões para isso, porque tem os dentes tortos e não pode sorrir como gostaria, porque para os impotentes de todo tipo não há outro caminho, porque todos os feios escrevem ou assassinam e a gente não é capaz de matar nem uma mosca, porque escrever dá importância, porque para chamarem alguém de escritor não é preciso escrever bem, mas para chamarem de filho-da-puta não importa se sua mãe é uma santa, porque tem medo de ficar à deriva sem fazer nada, porque não pode beber toda noite, porque ama a Deus mas odeia as sociedades sem fins lucrativos, porque não tem namorada, porque não há emoções mas insultos, porque na sua casa não tem televisão e o rádio quebrou, porque a mulher do vizinho é gostosa, porque tem medo de ficar careca e por isso evita os espelhos. A gente se mete a escrever porque não se atreve a assaltar um supermercado, porque ama a mulher e ela é namorada do garoto esperto da rua, porque não há revistas pornográficas suficientes, porque quer fazer alguma coisa além de cagar e se masturbar, porque não é o garoto esperto da rua nem o garoto forte nem o engraçado, porque é o garoto nada, porque não vale um tostão furado, porque apanha lá fora, porque sua mãe grita o tempo todo, porque não há ilusões nem luz no fim do túnel, porque sua mãe grita o tempo todo, porque sua mente voa baixo e nunca será outro Cioran, porque não tem coragem para saltar, porque não quer a esposa feia que merece, porque tem medo de morrer sem ter comido um belo cuzinho, porque não tem pai, amigos, nem fortuna, porque não tem o jeito de cuspir do Clint Eastwood, porque se paralisa entre uma e outra intenção, porque era uma vez o amor mas eu tive que matá-lo.
O bom é que escrever não serve para nada daquilo que a gente quer. Escrever é um limite, uma dor, um defeito a mais. O bom é que depois de escrever a gente se sente péssimo. Nada mudou, tudo continua no seu lugar (menos você, maldito cabelo), Pelé não volta para o campo. O ruim é que você escreve e o Pambelé cai na lona espancado por um gringo, um maldito gringo que esteve preso por bater na mãe. O ruim é que Pambelé não é a mãe do gringo e – por mais que você escreva – continua caído. O bom é que você escreve e continua sonhando com a mulher do vizinho, sonha que a agarra pelas orelhas e crava-lhe a rola. O ruim é que escrever não cura seus desejos assassinos, que assaltar um supermercado continua sendo o seu objetivo impossível. O ruim é que ainda deseja um amor inesquecível. O bom é que escrever é outra forma de cagar e se masturbar. O ruim é que você lê os grandes autores mas só Bukowski lhe diz alguma coisa. O ruim é que um dia a garota bonita toma conhecimento que você escreve e não deixa que lhe meta fundo, até o outro lado da morte. O ruim é que escrever serve para tudo aquilo que você não quer."
Opa, desculpa a grosseria.
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
(Discover a lovelier you)
Eu sou a pessoa que abre a janela e a porta pra ventar e fazer frio pra que possa dormir com edredom mesmo quando não é inverno.
Eu preciso ouvir música pra dormir. Pra acordar. Pra ir da minha casa até o trabalho. Pra escrever.
Talvez eu precise disso mais do que precise ouvir você.
Eu quero as coisas sempre certas: acordar às 7h30 da manhã pra ir no pilates, comer de 3 em 3 horas e ir no médico sempre que me sentir mal. Porque eu não sei ser diferente. Não sei abandonar algo por terminar. Não aprendi a desistir com facilidade. (Mesmo que a dificuldade fique toda só aqui dentro).
Eu estou pensando quando monto meu prato no buffet por quilo (salada, carboidrato integral, proteína...); quando eu escovo os dentes antes de tomar água; quando abro a porta pra sair o vapor depois do banho antes de começar a secar o cabelo.
Eu penso em qual caminho pegar, quando eu chego no bar penso em quem vai dirigir, quando pego a senha penso no que dá tempo de fazer.
Eu penso na roupa que você vai gostar. Penso em onde você gostaria de morar.
Quando na verdade eu só queria parar de pensar.
Eu sou a pessoa que abre a janela e a porta pra ventar e fazer frio pra que possa dormir com edredom mesmo quando não é inverno.
Eu preciso ouvir música pra dormir. Pra acordar. Pra ir da minha casa até o trabalho. Pra escrever.
Talvez eu precise disso mais do que precise ouvir você.
Eu quero as coisas sempre certas: acordar às 7h30 da manhã pra ir no pilates, comer de 3 em 3 horas e ir no médico sempre que me sentir mal. Porque eu não sei ser diferente. Não sei abandonar algo por terminar. Não aprendi a desistir com facilidade. (Mesmo que a dificuldade fique toda só aqui dentro).
Eu estou pensando quando monto meu prato no buffet por quilo (salada, carboidrato integral, proteína...); quando eu escovo os dentes antes de tomar água; quando abro a porta pra sair o vapor depois do banho antes de começar a secar o cabelo.
Eu penso em qual caminho pegar, quando eu chego no bar penso em quem vai dirigir, quando pego a senha penso no que dá tempo de fazer.
Eu penso na roupa que você vai gostar. Penso em onde você gostaria de morar.
Quando na verdade eu só queria parar de pensar.
domingo, fevereiro 14, 2010
First breath after coma
Quando a discussão levar a algum lugar. Quando dois e dois forem quatro. Quando eu conseguir ease my mind.
Quando tudo estiver remediado, e eu conseguir sair do trabalho no horário e acordar aos sábados pela manhã sem lembrar de tudo que falta. Quando eu puder admitir que estou errada. Quando a música tocar na hora certa.
Quando nada mais importar é porque estará tudo bem.
Quando a discussão levar a algum lugar. Quando dois e dois forem quatro. Quando eu conseguir ease my mind.
Quando tudo estiver remediado, e eu conseguir sair do trabalho no horário e acordar aos sábados pela manhã sem lembrar de tudo que falta. Quando eu puder admitir que estou errada. Quando a música tocar na hora certa.
Quando nada mais importar é porque estará tudo bem.
segunda-feira, fevereiro 08, 2010
sábado, fevereiro 06, 2010
Você sempre está em algum lugar.
Em algum lugar entre o querer e o não querer. Em alguma esquina. Compondo alguma música. Escrevendo pela décima vez a mesma frase pra depois apagar e não enviar. Ali, ou do outro lado.
Perdendo seu dinheiro. Desperdiçando meu tempo. Don't get any big ideas. Você está no carro acendendo um cigarro enquanto pensa se dá a partida. Ou falando mal do meu filme preferido. Beijando alguém cujo nome você não lembra se termina com e ou com a. Olhando pela janela acesa no 13o. andar. Passando as noites com o passado.
Você sempre está em um lugar que fica antes do medo, antes do susto, antes de todas aquelas músicas que você precisa citar pra...
Não importa onde você está. Você está tão longe que nem se dá conta de que tem sempre alguma coisa acontecendo.
Em algum lugar entre o querer e o não querer. Em alguma esquina. Compondo alguma música. Escrevendo pela décima vez a mesma frase pra depois apagar e não enviar. Ali, ou do outro lado.
Perdendo seu dinheiro. Desperdiçando meu tempo. Don't get any big ideas. Você está no carro acendendo um cigarro enquanto pensa se dá a partida. Ou falando mal do meu filme preferido. Beijando alguém cujo nome você não lembra se termina com e ou com a. Olhando pela janela acesa no 13o. andar. Passando as noites com o passado.
Você sempre está em um lugar que fica antes do medo, antes do susto, antes de todas aquelas músicas que você precisa citar pra...
Não importa onde você está. Você está tão longe que nem se dá conta de que tem sempre alguma coisa acontecendo.
quarta-feira, fevereiro 03, 2010
domingo, janeiro 31, 2010
Soothe. (A música do Smashing Pumpkins)
Hoje eu não quero casar ter filhos receber uma promoção deixar minha marca no mundo escrever um livro fazer alguma diferença doar meu dinheiro pra caridade conquistar minha independência (?) dar o melhor de mim fazer a opção por aquilo que é certo.
Hoje eu só quero um sorriso, um abraço, uma jaqueta quentinha e alguém que possa me olhar nos olhos e dizer "this is it".
Mesmo que esteja errado depois.
Hoje eu não quero casar ter filhos receber uma promoção deixar minha marca no mundo escrever um livro fazer alguma diferença doar meu dinheiro pra caridade conquistar minha independência (?) dar o melhor de mim fazer a opção por aquilo que é certo.
Hoje eu só quero um sorriso, um abraço, uma jaqueta quentinha e alguém que possa me olhar nos olhos e dizer "this is it".
Mesmo que esteja errado depois.
domingo, janeiro 17, 2010
Tentando demais.
Às vezes a gente desiste de seguir adiante pra esperar por uma mudança de idéia, de caminho, de situação, ou uma epifania qualquer. Eu esperei e nada mudou porque (nada muda mesmo) e o que eu precisava saber estava ali o tempo inteiro. Guardado no antebraço, na nuca, embaixo dos cabelos.
Eu não quis ver antes porque depois que a gente se machuca o caminho sempre é maior.
Mas tudo bem. A gente sempre tem o que merece.
Às vezes a gente desiste de seguir adiante pra esperar por uma mudança de idéia, de caminho, de situação, ou uma epifania qualquer. Eu esperei e nada mudou porque (nada muda mesmo) e o que eu precisava saber estava ali o tempo inteiro. Guardado no antebraço, na nuca, embaixo dos cabelos.
Eu não quis ver antes porque depois que a gente se machuca o caminho sempre é maior.
Mas tudo bem. A gente sempre tem o que merece.
terça-feira, janeiro 05, 2010
Tem uma luz que nunca se apaga
Aspiro a algo seguro e ao mesmo tempo imprevisível.
Mas como eu sou realista, eu me contento em ler os livros que eu gosto; ouvir o Morrissey cantando. Eu fico feliz em abraçar um amigo com sinceridade por 5 minutos.
Pra mim basta um canto no sofá. Um beijo de boa noite. Dois mergulhos no mar por ano.
Um lugar meu, um gato por perto, uma pipoca de microondas light sabor manteiga.
Eu não preciso de quase nada. Mas quero um pouco mais que isso.
Aspiro a algo seguro e ao mesmo tempo imprevisível.
Mas como eu sou realista, eu me contento em ler os livros que eu gosto; ouvir o Morrissey cantando. Eu fico feliz em abraçar um amigo com sinceridade por 5 minutos.
Pra mim basta um canto no sofá. Um beijo de boa noite. Dois mergulhos no mar por ano.
Um lugar meu, um gato por perto, uma pipoca de microondas light sabor manteiga.
Eu não preciso de quase nada. Mas quero um pouco mais que isso.
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