Fim...
É quando você percebe que são poucas
as pessoas que
realmente
importam.
domingo, dezembro 31, 2006
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Clima
Tem algo que vai e que vem e que às vezes fica e não é amor nem paixão, é apenas algo que eu sinto por você.
E essa coisa totalmente inusitada e inesperada e inédita e indispensável tem o cheiro que têm as manhãs nubladas do meio do mês de dezembro em países de clima subtropical.
É bem bom, nem quente nem frio e nem úmido demais como são os dias na cidade onde eu nasci.
Tem a lentidão necessária pra deixar o mundo em câmera lenta mesmo com o tempo correndo e as folhas voando e todos aqueles clichês que só querem dizer uma coisa: 'tá tudo rápido pra caralho e a única coisa que consegue me fazer parar é você'.
Tem algo que vai e que vem e que às vezes fica. Às vezes fica.
:: silver jews - pretty eyes
Tem algo que vai e que vem e que às vezes fica e não é amor nem paixão, é apenas algo que eu sinto por você.
E essa coisa totalmente inusitada e inesperada e inédita e indispensável tem o cheiro que têm as manhãs nubladas do meio do mês de dezembro em países de clima subtropical.
É bem bom, nem quente nem frio e nem úmido demais como são os dias na cidade onde eu nasci.
Tem a lentidão necessária pra deixar o mundo em câmera lenta mesmo com o tempo correndo e as folhas voando e todos aqueles clichês que só querem dizer uma coisa: 'tá tudo rápido pra caralho e a única coisa que consegue me fazer parar é você'.
Tem algo que vai e que vem e que às vezes fica. Às vezes fica.
:: silver jews - pretty eyes
terça-feira, dezembro 12, 2006
quinta-feira, novembro 30, 2006
Escrevo rápido pra não perder o último pensamento em um outro que chega no lugar e vai abrindo caminho sem pudor nenhum até o ponto em que eu esqueço do que acabou de passar e volto assim pra algo que eu não sabia mais que existia até o minuto em que eu tenho certeza que é exatamente isso que eu quero agora.
segunda-feira, novembro 20, 2006
beat.
Sentei pra escrever algo porque achei que ele merecia mesmo dessas coisas bobas e bonitinhas ou só tolas que a gente faz quando gosta de alguém. O problema era que toda vez que eu fazia isso a droga da caneta escrevia linhas e mais linhas de coisas estúpidas quando na verdade eu só queria dizer que ele era meu garoto e juro por deus que era o garoto mais bonito da cidade, o danado, quando deitava do meu lado e ficava me olhando sorrindo daquele jeito com a cortina entreaberta de madrugada.
Sentei pra escrever algo porque achei que ele merecia mesmo dessas coisas bobas e bonitinhas ou só tolas que a gente faz quando gosta de alguém. O problema era que toda vez que eu fazia isso a droga da caneta escrevia linhas e mais linhas de coisas estúpidas quando na verdade eu só queria dizer que ele era meu garoto e juro por deus que era o garoto mais bonito da cidade, o danado, quando deitava do meu lado e ficava me olhando sorrindo daquele jeito com a cortina entreaberta de madrugada.
terça-feira, novembro 14, 2006
quinta-feira, novembro 09, 2006
sábado, novembro 04, 2006
sábado, outubro 28, 2006
sexta-feira, outubro 27, 2006
Proibidão
Why does kissin' you feel so good
Even though it ain't allowed
I know we shouldn't should
:: cocorosie - butterscotch
Estou com medo que passe em meio a todos os rolinhos idiotas e sem sentido e outros que me fazem bem. Estou com medo que passe, pela distância, e que passe, pelo tempo, e que passe só porque eu não estou disposta a fazer algo a respeito.
Estou com medo de ver tudo se dissolver no meio de tanta coisa idiota que eu faço pro meu tempo passar.
Mais ainda porque talvez seja tarde demais pra ter essas preocupações.
Why does kissin' you feel so good
Even though it ain't allowed
I know we shouldn't should
:: cocorosie - butterscotch
Estou com medo que passe em meio a todos os rolinhos idiotas e sem sentido e outros que me fazem bem. Estou com medo que passe, pela distância, e que passe, pelo tempo, e que passe só porque eu não estou disposta a fazer algo a respeito.
Estou com medo de ver tudo se dissolver no meio de tanta coisa idiota que eu faço pro meu tempo passar.
Mais ainda porque talvez seja tarde demais pra ter essas preocupações.
terça-feira, outubro 24, 2006
hoje / agora / vem!
A saudade do passado foi reescrevendo uma lista antiga, na qual o seu nome era o primeiro, de pessoas-que-um-dia-taovez-pudessem-me-fazer-sorrir.
Digitei e fui lendo devagarinho, como quem se delicia com um pedaço de chocolate esquecido no fundo da geladeira.
Sorri saudosa das entrelinhas e dos quinhentos e quarenta e sete jeitos que a gente inventava pra se despedir.
Parei em um onde eu escrevia sobre o medo que eu tinha de lembrar de você em todo lugar. E lembrei de como passou fácil. Como meu quarto agora estava uma bagunça de novo e como você devia sorrir ao pensar que isso é bem o meu tipinho mesmo. Pensei no teu carro estacionado lá embaixo, nas conversas todas, no everlasting yakissoba e naquele verão. Pensei na vertigem e nos bons tempos em que isso era algo ao qual eu aspirava e não algo que eu vivia.
Pensei "boa noite".
Pensei "sãoumaequarentaetrês".
E pensei num beijo contrariado, assim meio de lado, enquanto a gente caminha por algum lugar que ainda não existiu.
A saudade do passado foi reescrevendo uma lista antiga, na qual o seu nome era o primeiro, de pessoas-que-um-dia-taovez-pudessem-me-fazer-sorrir.
Digitei e fui lendo devagarinho, como quem se delicia com um pedaço de chocolate esquecido no fundo da geladeira.
Sorri saudosa das entrelinhas e dos quinhentos e quarenta e sete jeitos que a gente inventava pra se despedir.
Parei em um onde eu escrevia sobre o medo que eu tinha de lembrar de você em todo lugar. E lembrei de como passou fácil. Como meu quarto agora estava uma bagunça de novo e como você devia sorrir ao pensar que isso é bem o meu tipinho mesmo. Pensei no teu carro estacionado lá embaixo, nas conversas todas, no everlasting yakissoba e naquele verão. Pensei na vertigem e nos bons tempos em que isso era algo ao qual eu aspirava e não algo que eu vivia.
Pensei "boa noite".
Pensei "sãoumaequarentaetrês".
E pensei num beijo contrariado, assim meio de lado, enquanto a gente caminha por algum lugar que ainda não existiu.
terça-feira, outubro 17, 2006
Ficção nº 38
Parou na pista e ele chegou chegando. O mesmo sorrisinho besta de sempre. A mesma segurança. O mesmo ar.
Beijou ela com mais vontade. Desceu os lábios pelo pescoço. Ela sorriu e não era mais tímida nem risonha e nem segura de si. Sorriu porque era a outra e isso lhe caía muito bem. Pensou em ser só um rostinho bonito, ou quem sabe fosse a bunda mesmo. Preferia assim. Ele saiu e ela ficou ali. Dançou parada. Sorriu sozinha.
Sentiu as mãos fortes na cintura. O hálito de chiclete no pescoço.
- Amor, quem era aquele cara?
Parou na pista e ele chegou chegando. O mesmo sorrisinho besta de sempre. A mesma segurança. O mesmo ar.
Beijou ela com mais vontade. Desceu os lábios pelo pescoço. Ela sorriu e não era mais tímida nem risonha e nem segura de si. Sorriu porque era a outra e isso lhe caía muito bem. Pensou em ser só um rostinho bonito, ou quem sabe fosse a bunda mesmo. Preferia assim. Ele saiu e ela ficou ali. Dançou parada. Sorriu sozinha.
Sentiu as mãos fortes na cintura. O hálito de chiclete no pescoço.
- Amor, quem era aquele cara?
terça-feira, outubro 10, 2006
inspiração 32.
Quero que tudo acabe agora. Quero que você leve suas coisas e leve seu cheiro e desligue o telefone toda vez que eu te ligar. Quero apagar o teu número da minha agenda e esquecer onde você mora e passar aquele dia sozinha, de novo. Quero que tudo acabe agora porque não quero que acabe depois.
Quero que tudo acabe agora. Quero que você leve suas coisas e leve seu cheiro e desligue o telefone toda vez que eu te ligar. Quero apagar o teu número da minha agenda e esquecer onde você mora e passar aquele dia sozinha, de novo. Quero que tudo acabe agora porque não quero que acabe depois.
quinta-feira, outubro 05, 2006
Um texto sobre você.
"Virou os lábios para meu rosto e esperou. E Arturo Bandini, o grande autor, mergulhou fundo em sua imaginação colorida, o romântico Arturo Bandini, abarrotado de frases espertas, e falou francamente, como um gatinho:
- Olá.
- Olá? - ela respondeu, fazendo uma pergunta. - Olá? - e riu. - Bem, como você se sente?
Oh, aquele Arturo. Aquele inventor de histórias.
- Ótimo - ele disse."
Talvez seja sobre mim.
Não importa.
Somos tão cool.
"Virou os lábios para meu rosto e esperou. E Arturo Bandini, o grande autor, mergulhou fundo em sua imaginação colorida, o romântico Arturo Bandini, abarrotado de frases espertas, e falou francamente, como um gatinho:
- Olá.
- Olá? - ela respondeu, fazendo uma pergunta. - Olá? - e riu. - Bem, como você se sente?
Oh, aquele Arturo. Aquele inventor de histórias.
- Ótimo - ele disse."
Talvez seja sobre mim.
Não importa.
Somos tão cool.
domingo, outubro 01, 2006
quinta-feira, setembro 28, 2006
panic
Hoje vi aquela coisa que a gente sempre achou superlegal e sempre foi referência dos melhores dias da nossa vida. E não significou nada além de um sorriso bobo olhando disfarçadamente pro chão.
Hoje foi como aquela vez que eu peguei meus cds e toquei uma música e alguém atravessou o bar pra me dizer que "essa é a música da minha vida" e fiquei pensando que eu não tenho uma que seja só minha.
Hoje pensei que na verdade todos os dias vão ser iguais porque eu sou nojentamente segura de mim e de tudo que eu faço agora. Hoje falei pra um amigo que "queria tanto me apaixonar", porque faz tempo que não sinto as borboletas idiotas no estômago. E me dei conta que o fato de eu querer isso é o que mais impede.
Hoje me arrependi de ter dado o meu número. Hoje eu deixei de te querer mais uma vez pra preferir ficar com a cabeça livre e pensar no que mais me faz sorrir.
Hoje vi aquela coisa que a gente sempre achou superlegal e sempre foi referência dos melhores dias da nossa vida. E não significou nada além de um sorriso bobo olhando disfarçadamente pro chão.
Hoje foi como aquela vez que eu peguei meus cds e toquei uma música e alguém atravessou o bar pra me dizer que "essa é a música da minha vida" e fiquei pensando que eu não tenho uma que seja só minha.
Hoje pensei que na verdade todos os dias vão ser iguais porque eu sou nojentamente segura de mim e de tudo que eu faço agora. Hoje falei pra um amigo que "queria tanto me apaixonar", porque faz tempo que não sinto as borboletas idiotas no estômago. E me dei conta que o fato de eu querer isso é o que mais impede.
Hoje me arrependi de ter dado o meu número. Hoje eu deixei de te querer mais uma vez pra preferir ficar com a cabeça livre e pensar no que mais me faz sorrir.
quarta-feira, setembro 20, 2006
I like you better the same old, fat, ugly way.
Não importa a música que toca.
Eu sempre vou achar que vou te ver do outro lado da pista, encostado naquela coluna, acendendo o mesmo cigarro que apagou pela 3ª vez.
Vou te ver chegando como quem não quer nada e acordando do meu lado, falando que é ridículo eu não ter tempo pra nada. Eu vou concordar. Mas nunca, jamais admitir.
Vou rir do fato de que não temos nada em comum. Você nem vai perceber. Pela milésima vez.
Daí um dia vou te beijar pela última vez sem saber, mas eu devia imaginar, pois foi quando você admitiu que, quem sabe, fosse a melhor coisa.
Não importa a música que toca, eu sempre vou preferir que nada tivesse acontecido.
Porque ao contrário do que eu prefiro acreditar, realmente não importa a música que toca. Você nunca nem percebeu.
:: Mew - Then I run
Não importa a música que toca.
Eu sempre vou achar que vou te ver do outro lado da pista, encostado naquela coluna, acendendo o mesmo cigarro que apagou pela 3ª vez.
Vou te ver chegando como quem não quer nada e acordando do meu lado, falando que é ridículo eu não ter tempo pra nada. Eu vou concordar. Mas nunca, jamais admitir.
Vou rir do fato de que não temos nada em comum. Você nem vai perceber. Pela milésima vez.
Daí um dia vou te beijar pela última vez sem saber, mas eu devia imaginar, pois foi quando você admitiu que, quem sabe, fosse a melhor coisa.
Não importa a música que toca, eu sempre vou preferir que nada tivesse acontecido.
Porque ao contrário do que eu prefiro acreditar, realmente não importa a música que toca. Você nunca nem percebeu.
:: Mew - Then I run
terça-feira, setembro 19, 2006
sexta-feira, setembro 15, 2006
domingo, setembro 10, 2006
domingo, setembro 03, 2006
sexta-feira, agosto 25, 2006
terça-feira, julho 25, 2006
tempo
Dá a sensação, às vezes, de que alguma coisa se perdeu. De que era melhor do outro jeito e as músicas que você ouve, agora, não são tão boas quanto pareciam então.
De que tudo se espalhou mais do que devia; que "evoluiu" mais do que devia; que distanciou mais do que devia.
Dá a sensação de que foi rápido demais.
Ou que alguém ficou parado.
:: The Lizzies - She (song for Jamie)
Dá a sensação, às vezes, de que alguma coisa se perdeu. De que era melhor do outro jeito e as músicas que você ouve, agora, não são tão boas quanto pareciam então.
De que tudo se espalhou mais do que devia; que "evoluiu" mais do que devia; que distanciou mais do que devia.
Dá a sensação de que foi rápido demais.
Ou que alguém ficou parado.
:: The Lizzies - She (song for Jamie)
sexta-feira, junho 30, 2006
quarta-feira, junho 07, 2006
boneca russa
Saiu correndo descalça pelas ruas sujas, só pra fingir que não era tudo tão sério. Pra se sentir mais irresponsável do que jamais foi. Pra chuva se misturar com lágrima. Pra ser atropelada numa esquina porque ela sempre pensou que isso fosse a melhor solução.
Saiu correndo descalça pelas ruas sujas. Sentou na calçada, abraçou as pernas e chorou.
"Eu só queria que não fosse assim."
Saiu correndo descalça pelas ruas sujas, só pra fingir que não era tudo tão sério. Pra se sentir mais irresponsável do que jamais foi. Pra chuva se misturar com lágrima. Pra ser atropelada numa esquina porque ela sempre pensou que isso fosse a melhor solução.
Saiu correndo descalça pelas ruas sujas. Sentou na calçada, abraçou as pernas e chorou.
"Eu só queria que não fosse assim."
sexta-feira, junho 02, 2006
sorte de hoje
Acho que fazia uns bons três anos que minhas certezas e planos não mudavam tanto em tão pouco tempo. Essa semana muita coisa mudou, for good. E tô com essa estranha sensação de calma no meio de um furacão.
Desemprego, falência e calote nunca levaram a uma sensação tão boa. E pensar que ainda tem gente que me chama de pessimista...
:: No Doubt - New
Acho que fazia uns bons três anos que minhas certezas e planos não mudavam tanto em tão pouco tempo. Essa semana muita coisa mudou, for good. E tô com essa estranha sensação de calma no meio de um furacão.
Desemprego, falência e calote nunca levaram a uma sensação tão boa. E pensar que ainda tem gente que me chama de pessimista...
:: No Doubt - New
segunda-feira, maio 29, 2006
quarta-feira, maio 10, 2006
segunda-feira, abril 24, 2006
fato
quando dá vontade de compor uma música e você não sabe mais que três acordes. quando as coisas têm um preço muito mais alto do que deveriam. quando é bem mais fácil deitar do que dormir. quando cansa do jeito que é, mas mudar dá trabalho demais. quando eu não consigo cumprir. quando há muita coisa pra fazer, pouco tempo e nenhuma vontade. quando não dá certo. quando dá vontade agora de uma coisa que leva dois anos. quando a gente pensa que é... e não é. quando uma semana parece ter bem mais do que sete dias. quando saudade.
:: echo & the bunnymen - what are you going to do with your life
quando dá vontade de compor uma música e você não sabe mais que três acordes. quando as coisas têm um preço muito mais alto do que deveriam. quando é bem mais fácil deitar do que dormir. quando cansa do jeito que é, mas mudar dá trabalho demais. quando eu não consigo cumprir. quando há muita coisa pra fazer, pouco tempo e nenhuma vontade. quando não dá certo. quando dá vontade agora de uma coisa que leva dois anos. quando a gente pensa que é... e não é. quando uma semana parece ter bem mais do que sete dias. quando saudade.
:: echo & the bunnymen - what are you going to do with your life
segunda-feira, abril 10, 2006
"Abriu a porta e deixou ele entrar,
como imaginara num conto que lera um dia.
- Eu adoro esse tempo verbal.
- O quê?
- Nada. O que você tá fazendo aqui?
- Vim conversar.
- Sobre o quê?
- Faz diferença?
- Não.
Não fazia. E ela sabia muito bem. Começou a contar nos dedos, introspectiva, as diferentes 'conversas'. Riu alto ao lembrar de uma delas, quando ele ligou pra ela...
- ...da frente da minha casa dizendo que ía embora pra sempre.
- O quê?
- Não faz diferença.
- Você tá...?!
- Vamos conversar. Não importa sobre o quê, certo? Não é o que importa.
- Você está estranha. Aconteceu algo? Eu só queria...
- Conversar?
- É.
- Então fala.
- Eu não sei. Talvez eu devesse ir embora.
Claro. Era assim. Valia o esforço de parecer grande coisa. Mas não valia tanto esforço a ponto de ser grande coisa. Ela riu porque entendia disso. Riu, cansada, porque desde os 16 anos nada mudou. Riu porque não via mais sentido em continuar com isso, até quando... Até quando. Riu pra não chorar e achou isso tão desesperador que chorou.
- Ei...
Ele a abraçou.
- Eu quero te fazer bem. Quero conversar. Você...
Não fazia diferença.
- E como acaba?
- Ela levanta o rosto, molhado de lágrimas, pra ele.
- E ele?
- Mente. Eu não sei. Eu não lembro.
- E sobre o que ele queria conversar? Eu não entendi.
Sobre o conto que ela acabara de escrever."
(eu já postei isso?
é que eu tava procurando um roteiro e...)
como imaginara num conto que lera um dia.
- Eu adoro esse tempo verbal.
- O quê?
- Nada. O que você tá fazendo aqui?
- Vim conversar.
- Sobre o quê?
- Faz diferença?
- Não.
Não fazia. E ela sabia muito bem. Começou a contar nos dedos, introspectiva, as diferentes 'conversas'. Riu alto ao lembrar de uma delas, quando ele ligou pra ela...
- ...da frente da minha casa dizendo que ía embora pra sempre.
- O quê?
- Não faz diferença.
- Você tá...?!
- Vamos conversar. Não importa sobre o quê, certo? Não é o que importa.
- Você está estranha. Aconteceu algo? Eu só queria...
- Conversar?
- É.
- Então fala.
- Eu não sei. Talvez eu devesse ir embora.
Claro. Era assim. Valia o esforço de parecer grande coisa. Mas não valia tanto esforço a ponto de ser grande coisa. Ela riu porque entendia disso. Riu, cansada, porque desde os 16 anos nada mudou. Riu porque não via mais sentido em continuar com isso, até quando... Até quando. Riu pra não chorar e achou isso tão desesperador que chorou.
- Ei...
Ele a abraçou.
- Eu quero te fazer bem. Quero conversar. Você...
Não fazia diferença.
- E como acaba?
- Ela levanta o rosto, molhado de lágrimas, pra ele.
- E ele?
- Mente. Eu não sei. Eu não lembro.
- E sobre o que ele queria conversar? Eu não entendi.
Sobre o conto que ela acabara de escrever."
(eu já postei isso?
é que eu tava procurando um roteiro e...)
segunda-feira, abril 03, 2006
fast forward
poucas coisas valem tanto quanto você ser pisoteada no ônibus ao som de "all is full of love", versão do death cab for cutie. juro.
a única coisa melhor que isso pra se fazer com um disquemén dentro do ônibus é descobrir como existem bandas boas com b. (sacou?)
beck, badly drawn boy, blondie, billy corgan, beulah, built to spill, blur, bloc party e por aí vai até a letra c.
poucas coisas valem tanto quanto você ser pisoteada no ônibus ao som de "all is full of love", versão do death cab for cutie. juro.
a única coisa melhor que isso pra se fazer com um disquemén dentro do ônibus é descobrir como existem bandas boas com b. (sacou?)
beck, badly drawn boy, blondie, billy corgan, beulah, built to spill, blur, bloc party e por aí vai até a letra c.
sábado, abril 01, 2006
sexta-feira, março 17, 2006
segunda-feira, março 13, 2006
gravidade
Acho que chega um dia que a gente percebe que é tudo uma grande besteira.
Que, de repente, não importa tanto assim.
Que qualquer medo é bobo, que qualquer coisa passa, que é só a gente deixar de ser adolescente.
Um dia a gente percebe que dá pra esperar mais um pouco. Que tudo bem dormir sozinho hoje. Que vai doer na hora, mas a gente se acostuma a ficar sem aquele beijo. Aquele abraço. Aquele jeito de fazer sorrir.
A gente percebe que sempre tem alguém.
Que sempre vai mudar.
Que a gente vai chorar ou sorrir por outra pessoa. Contar as mesmas histórias. Falar dos mesmos livros. Dos mesmos filmes. Dos mesmos medos. Possivelmente, ter as mesmas reações. Pensar se vale a pena. Rir ou chorar ou os dois.
O problema é quando a gente quer que importe.
E problema maior é quando a gente consegue.
eu acho.
:: foo fighters - A320
Acho que chega um dia que a gente percebe que é tudo uma grande besteira.
Que, de repente, não importa tanto assim.
Que qualquer medo é bobo, que qualquer coisa passa, que é só a gente deixar de ser adolescente.
Um dia a gente percebe que dá pra esperar mais um pouco. Que tudo bem dormir sozinho hoje. Que vai doer na hora, mas a gente se acostuma a ficar sem aquele beijo. Aquele abraço. Aquele jeito de fazer sorrir.
A gente percebe que sempre tem alguém.
Que sempre vai mudar.
Que a gente vai chorar ou sorrir por outra pessoa. Contar as mesmas histórias. Falar dos mesmos livros. Dos mesmos filmes. Dos mesmos medos. Possivelmente, ter as mesmas reações. Pensar se vale a pena. Rir ou chorar ou os dois.
O problema é quando a gente quer que importe.
E problema maior é quando a gente consegue.
eu acho.
:: foo fighters - A320
quinta-feira, março 09, 2006
A verdade está nos...
disponível e não vulnerável, ou talvez nem disponível.
como quando você fala algo pra alguém e só então, ao "se ouvir", percebe como se enganou o tempo todo, e como é uma verdade gritante e absoluta e você, personagem principal, é o último a saber. acontece. e não é só nos seriados bobos.
tudo isso porque eu não sei ser objetiva.
tudo isso porque coloquei as "cartas na mesa" e, de alguma forma, o desenho que formavam os versos das cartas me lembrou você. (e não poderia lembrar ninguém mais).
tudo isso porque a gente aprende até com os erros. erra até nos consertos. entende errado até quando é a gente mesmo que fala. e duvida de si mesmo mais do que de qualquer outra pessoa.
eu quero um superhomem particular, pra "abrir o peito e deixar o golpe entrar".
:: aimee mann - save me.
quarta-feira, março 01, 2006
terça-feira, fevereiro 21, 2006
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Deu o primeiro passo e olhou pra trás pela última vez.
- Boa sorte.
Não é isso que se diz, pensa. Definitivamente, não é. Mas ele obviamente não se importa. Acende outro cigarro e ela tento perguntar se ele não anda fumando demais, mas... não sai.
Ele tosse.
- Não é isso que se diz, não é? É algo como... quebre a perna. "Merda pra você". Não é algo assim? Nunca entendi direito essas coisas que você faz.
Ela só sorri e balança a cabeça positivamente. Tanto faz. Se ele soubesse... Bom, ele não sabe. Simples assim.
Olha para o chão e levanta a mala vermelha desbotada. Os olhos verdes e confusos procuram informações na passagem. Ele aponta o horário. 17:43 embarque.
17:32. Beija seu rosto.
17:33. Libras: eu ainda amo você.
Se ao menos ele entendesse.
- Boa sorte.
Não é isso que se diz, pensa. Definitivamente, não é. Mas ele obviamente não se importa. Acende outro cigarro e ela tento perguntar se ele não anda fumando demais, mas... não sai.
Ele tosse.
- Não é isso que se diz, não é? É algo como... quebre a perna. "Merda pra você". Não é algo assim? Nunca entendi direito essas coisas que você faz.
Ela só sorri e balança a cabeça positivamente. Tanto faz. Se ele soubesse... Bom, ele não sabe. Simples assim.
Olha para o chão e levanta a mala vermelha desbotada. Os olhos verdes e confusos procuram informações na passagem. Ele aponta o horário. 17:43 embarque.
17:32. Beija seu rosto.
17:33. Libras: eu ainda amo você.
Se ao menos ele entendesse.
sábado, fevereiro 11, 2006
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
got to get you into my life.
tem horas que a gente não tem nada pra dizer.
mas gritar ía tão bem.
vai ver a razão é deles mesmo. a felicidade é uma "arma quente". e assim como guitarras, algumas armas têm nome. nome próprio.
cat power + bitous + comida crua + coisinhas pequenas + eu conseguir achar meu baixo no meio de toda a zona + cerveja (é que... né.) = :)
tem horas que a gente não tem nada pra dizer.
mas gritar ía tão bem.
vai ver a razão é deles mesmo. a felicidade é uma "arma quente". e assim como guitarras, algumas armas têm nome. nome próprio.
cat power + bitous + comida crua + coisinhas pequenas + eu conseguir achar meu baixo no meio de toda a zona + cerveja (é que... né.) = :)
segunda-feira, janeiro 30, 2006
segunda-feira, janeiro 23, 2006
sábado, janeiro 14, 2006
segunda-feira, janeiro 09, 2006
a new morning
Eu gostava do tempo em que eu conseguia dizer o que eu sentia, sem certeza nenhuma, mas com exatidão.
Agora, além da vontade de deitar, e da vontade de sorrir, e da vontade de chorar, e da vontade de morder, e da vontade de voltar e da vontade de sumir... eu não sei, não.
Mas há três anos, daria tudo pra, como hoje, ter um ilustre desconhecido flertando comigo enquanto estou tentando comprar papayas no supermercado.
(Eu quase esqueci, mas insira um grito uníssono e demorado, aqui. Obrigada :])
Eu gostava do tempo em que eu conseguia dizer o que eu sentia, sem certeza nenhuma, mas com exatidão.
Agora, além da vontade de deitar, e da vontade de sorrir, e da vontade de chorar, e da vontade de morder, e da vontade de voltar e da vontade de sumir... eu não sei, não.
Mas há três anos, daria tudo pra, como hoje, ter um ilustre desconhecido flertando comigo enquanto estou tentando comprar papayas no supermercado.
(Eu quase esqueci, mas insira um grito uníssono e demorado, aqui. Obrigada :])
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