sábado, novembro 24, 2007

Últimos passos

A vontade de não fazer nada é inversamente proporcional à quantidade de coisas que se tem pra fazer.
Agora, eu ficaria deitada na cama durante duas horas olhando para o teto. Tranqüilamente. Sem nervosismo ou tédio.

Mas falta um capítulo e meio. Faltam dois trabalhos. Três páginas de coisas. Sete minutos institucionais.

Depois, tem que acordar às sete da manhã pra três pessoas julgarem se você aprendeu alguma coisa nesses quatrocincoseis anos de "universidade pública, gratuita e de qualidade". Tem que terminar matérias que pouco tem a ver com o que eu faço ou deveria fazer. Tem que usar uma roupa de pessoa séria pra fazer as pessoas acreditarem que aquilo ali não é o que me deu vontade de fazer, mas um projeto sério.

Tem que fazer contas e pedir aumento porque eu vou ser uma pessoa melhor ainda, por causa de um papel com meu nome. E porque eu preciso pagar tantas contas. Tem que ter um plano B.

Tem que comprar presente pra mãe, irmão, cunhada, sobrinhas, sogra, namorado, amiga e por aí vai. Tem que descansar. Em hotel em uma praia bonita. Porque cheguei na idade de frescurinha.

Tem que provar por AmaisB que fiz a coisa certa. Quando, na verdade, só queria deitar na cama e olhar pro teto, mas você sabe, não se pode ter tudo na vida.

quinta-feira, novembro 15, 2007

conhecimento é uma palavra educada para a imaginação morta mas ainda não enterrada