quinta-feira, abril 17, 2003

História de um amor perdido
Parte II - Suspense

Alguns meses depois da separação, eles mudaram de cidade, e cada um seguiu seu rumo (e a pausa poderia durar muito mais do que 10 anos. Mas, ei, estamos no século 21, temos listas telefônicas, internet, icq, email, google...)

E ele imaginou muita coisa. Um telefonema por engano (para um número que supunha ser o seu), perguntando quando que a mulher vai depositar o ... (só pra ouvir a voz dela dizendo docemente que “acho que você ligou pro número errado”), talvez um encontro casual num shopping qualquer, numa quarta-feira cinzenta qualquer... e eles se reconheceriam um ao outro, se abracariam longamente, e se declarariam em juras de amor eterno, com todas as pompas que um filme meloso merece...

Ficou imaginando se ela estaria... casada? com filhos? cuidando de uma casa? ou quem sabe ainda vivendo com os pais? (E ele, com 25 anos nas costas, sem ter terminado a faculdade, sem emprego, sem porra nenhuma...)

Seu hobby das horas mortas: procurar o nome dela no google (ei, isso é verdade, tá?), no yahoo, no icq, no bigfoot, no whowhere, na pqp, e nada. Ela era uma excluída digital. Ah, uma vez ele achou seu nome na lista de vestibulandos da faculdade. O cúmulo. A que ponto chegamos, hein?

Um belo dia, como de costume, abriu o bendito find users do icq, e...

e...

Sim, ele demorou a acreditar.

Ela fez um número de icq.

(pausa pra tentar dormir sossegado)

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