segunda-feira, dezembro 02, 2002

Cr.

- Vai, termina isso aí que eu quero ir embora porque eu não sei onde quero estar.
- No céu, no mar, no ar?
- Onde quer que eu encontre uma razão.
- Pra ficar?
- No céu, no mar, no ar...

Solange, you're a mess!

De-ver-da-de.
Quando eu ouço alguma coisa eu não presto atenção. Não sei se era isso. Mas é com tudo e sempre assim. Quando eu penso eu não acho nada nunca de ninguém. Quando eu sorrio... Quando eu sorrio? Daí vão me achar estranha e dizer isso. "Por que tá triste, Sol?" Não sei, não. Daí vou abraçar demorado e deitar no colo de uma amiga e quando ver alguém vou dizer pra ele que não. E que não me importa os ciúmes que eu provoco nela, porque acho ela a coisa mais desagradável que eu posso imaginar. Porque não gosto. Porque cuspiria nela. E riria, depois. Porque ele prefere a minha amizade aos beijos dela. Porque, ao contrário dela, eu não sou uma arrogante dissimulada e chata. (...)
Tive um pesadelo. No sonho, o moço simpático e um amigo dele que é muito agradável, estavam sentados no balcão de um bar na rodoviária de Curitiba. Fui lá falar com eles. No caminho, encontrei a Camila, que eu tinha ido buscar lá. Mas continuei indo cumprimentá-los. Ela entenderia, e eu já voltaria. Daí eu ouvi (muitas) vozes sussurradas e agressivas chamando meu nome. Chamando 'sol'. Daí eu gritei, muito alto. Muito assustada, porque estranhamente nada nunca me assustou tanto. Daí eu pensei que tivesse acordada, e ouvi o roommate brigando comigo porque eu tinha gritado alto demais, daí eu acordei de novo. E tava tocando Fiona Apple baixinho e as luzes do aparelho de som tinham um efeito estranho no quarto. Fiquei com medo de dormir de novo. Culpei o sono excessivo. Dormi.
(...)
Ainda tô triste. Já falei das duas coisas que mais me incomodam, eu acho. Mas não passou.
Vou pra Blumenau essa semana. Tá tudo bittersweet demais. Pra tudo que eu olho eu tenho vontade de chorar. Mas eu nunca choro.
Na chácara, um menino tocou Creep e Fake Plastic Trees e No Surprises pra mim. Deitei num colchão na varanda e fiquei olhando as estrelas. Vi amanhecer. Perdi totalmente a noção de tempo. Cortei meu pé e sangrou muito. Mas um amigo cuidou de mim. Depois passou e eu tive insônia, porque não consigo dormir em redes. Então arrumei tudo, enquando o resto do mundo dormia. Algumas pessoas foram muito legais comigo. Em condições normais, eu ficaria feliz. Mas hoje não. Hoje eu prefiro não fingir. Vou pedir um abraço pra minha amiga 'gigante' que reclama da minha instabilidade sempre. Mas ela vai entender. Mas eu também não entendo.

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