domingo, dezembro 22, 2002

mayfly

Eu calculei. No meu dedo, o dedo dela cabe 27 vezes. E nela, tão-mas-tão pequena, cabe a felicidade do meu irmão e a felicidade da minha cunhada e a felicidade de muita gente. Tão bonita! Ela fica vermelha quando se esforça. E emagrece se chora demais.

Depois, na volta, eu chorei. Escondida pra minha mãe não se sentir mal porque ela atropelou um lagarto. Tadinha, ficou triste também. Ele correu alucinado no meio da rua embaixo do carro. Não emagreci.

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Falei pra minha mãe que quero ir embora. E que agora já sei o que fazer. Ela falou pra eu terminar meu curso antes. E disse vai, e falou que teve esse mesmo sonho um dia.

No sonho, eu era o filho; e minhas únicas falas eram: "Oi"; "Eu te amo" e "Espero que eles morram". Mas mesmo assim, eu fiz certinho. E me disseram que eu deveria demorar 30 segundos. E acordei achando estranho eu não ter falado baixo demais.

Sonhei com bem mais coisa. Deveria ter me incomodado. mas deixa.

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No mais, agora tudo faz muito tempo, e eu ando muito calma. Dormi 12 horas. Foi muito bom. Minha mãe sentou ao meu lado quando eu tava deitada acordada e falou que vai me dar o presente que eu pedi. Daí eu disse pra ela me dar horas de sono. Uma semana. Ela riu e disse que sim e me abraçou. Vou ter.
Mas tons pastéis agora escondidos em tudo. Disfarçados de azul. E eu que agora só fico em casa. E que quero ir embora. Nada/tudo mudou. Mesmo porque, agora tudo já faz muito tempo.

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